A Companhia de Águas e Esgoto de Roraima (Caer) continua despejando esgoto no Rio Branco, de onde vem toda a água que o boa-vistense bebe. Explícito crime ambiental e o que é pior: um atentado à Saúde pública.
Semana passada, a elevatória que fica no Parque do Rio Branco, no Centro, pifou e o esgoto, sem tratamento algum, foi despejado no igarapé Caxangá, que deságua no Branco, mesmo rio que a Caer capta água para nos vender. Logo em seguida, os moradores denunciaram o forte odor de fezes.
Os dejetos voltaram pela tubulação e entupiram fossas. Assim, bueiros entupiram também e transbordaram, formando “lagoas podres” nas ruas do bairro Calungá e imediações. Reclamação generalizada. Os banheiros do Parque do Rio Branco, ponto turístico de Boa Vista, no Centro, tiveram que ser interditados porque também entupiram sem o devido escoamento. Mais fezes e outros dejetos foram parar no rio Branco.
O explícito crime ambiental cometido pela Caer, somente este ano, já foi alvo de duas recomendações feitas pelo MP, sobre o despejo irregular de esgoto não tratado no córrego do Parque do Rio Branco. A Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente apontou que o mau funcionamento da elevatória do Calungá provoca o extravasamento em ruas nas imediações do Parque. Contudo, a Caer ainda não tomou providência alguma e o Branco continua recebendo fezes.
Do outro lado da cidade, moradores denunciaram o mesmo problema. A Caer também joga, da mesma forma, fezes no rio Cauamé, afluente do rio Branco, que é o principal manancial de água potável de Roraima. O crime ambiental é explícito. Só é ir ao final da travessa U, no bairro Caranã, Zona Oeste. Lá, a Caer lança uma grande quantidade de excrementos para dentro do rio.
A Caer também já foi multada por poluir o Mirandinha, na Zona Leste da Capital. Similarmente, o MP relata que a Companhia também despejou esgoto “in natura” no leito do igarapé. O Jararaca, que corta boa parte do bairro Mecejana, é mais um que sofre com a poluição, que pode ser vista a olho nu. Dessa forma, sem rede de esgoto da Caer, moradores despejam os dejetos direto no igarapé.
Para quem não sabe, a Caer faz parte da cota do senador Mecias de Jesus no governo de Antônio Denarium. Anteriormente, a Companhia nunca esteve tão sucateada como agora. Serve apenas como “cabide de emprego”.
Como já disse: a reclamação é generalizada, mas apesar dos apelos da população, Mecias, que hoje toca a Caer, nunca se manifestou como representante do povo.
Álvares dos Anjos – cronista
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