É no tablado da Arena Junina que acontecem os grandes espetáculos do Maior Arraial da Amazônia. Mas por trás de todo esse trabalho, existe um elenco forte formado por profissionais gabaritados de diversos segmentos. Eles estão na montagem da estrutura, como também na composição de músicas juninas. E têm aqueles profissionais que trabalham dando um brilho na beleza de cada quadrilheiro.
Um deles é feito onde nasce o Boa Vista Junina, na Praça Fábio Marques Paracat, onde acontece o evento e que neste ano contará com o tablado 100% coberto.
Quem faz a operação desse trabalho é o Ronilson Lima, 29, encarregado da estrutura e que há 4 anos desempenha essa função. Ele conta com cerca de 300 pessoas na montagem que vai desde o tablado, palco, arquibancada, galpão, praça de alimentação, feirinha, portais e iluminação de Led.
“Os trabalhos iniciaram no dia 10 de maio e estamos a todo o vapor para entregar até a próxima sexta-feira, dia 31. É um prazer imenso fazer parte do Boa Vista Junina, pois a cada ano montamos uma estrutura com qualidade, conforto e segurança. Fazer esse trabalho é muito gratificante”, disse Ronilson.
E após a montagem, o trabalho de Ronilson e toda sua equipe não para. Durante os oito dias do arraial, a produção cuida da manutenção e os profissionais ficam de plantão para qualquer eventualidade. “Depois que entregamos toda a estrutura do evento, a sensação é de gratidão em ver o nosso trabalho dando certo e crescendo”, afirmou.
Já na área musical vem a inspiração dos compositores, que buscam levar mensagens com temas atuais que chamam a atenção da sociedade em cada canção junina apresentada pelos grupos. Sheul Chaves, 42, é compositor e também diretor da quadrilha Coração Caipira.
Sua paixão pelo movimento junino veio desde a infância, aos 10 anos de idade, e como compositor são 19 anos de carreira. Em 2006, ele se inspirou e compôs a sua primeira canção junina “Universo e Ampliação”. Já em 2010, estourou a música nacional “Chora Sanfona”, de sua autoria, sendo considerada o hino do movimento junino em todo o Brasil.
Desde então, outros grupos como Garranxê, Tradição Macuxi, Macedão, Luar do Sertão e Espantalho Junino começaram a procurá-lo para novas composições. Para ele, ser compositor é contribuir com a cultura brasileira e o movimento junino com esse ritmo apaixonante que é o forró, xaxado e o baião.
Mas Sheul afirma que não sabe explicar como surge uma nova composição musical. Para ele, é tudo muito rápido. E no momento que vem a letra e a melodia na cabeça, é preciso estar com papel e caneta na mão para não esquecer.
“Deus me abençoou com esse dom e, graças a Ele, tenho músicas espalhadas por todo o Brasil. É algo que não tem preço e componho músicas juninas porque gosto e todo artista gosta de ser reconhecido. Quando a gente se depara com o público do Boa Vista Junina e recebemos aplausos, não tem valor que compre esse momento. É fantástico!”, disse.
E para as noites de apresentação de cada quadrilheira, vem um trabalho que é essencial feito pelas mãos dos profissionais da beleza. O cabeleireiro Bruno Moura, 34, além de ser rainha da diversidade da Explosão Caipira, já trabalha desde 2009 na produção de cabelo nos grupos de quadrilhas. Este ano ele vai atender todas as noites, de 24 a 42 adolescentes e mulheres por dia.
Ele conta ainda que cada produção chega a durar cerca de 30 minutos. E para o cabelo das quadrilheiras não cair, utiliza cerca de 200 grampos, além de bastante laquê. O lucro chega a R$ 16 mil durante esse período do ano.
“Como profissional é um trabalho prazeroso e, ao mesmo tempo, dá um certo nervoso. Pois faço questão de assistir as quadrilheiras que eu produzo os cabelos. Fico feliz em ver meu trabalho sendo exposto para milhares de pessoas e alguém dizer ‘quem fez foi o Bruno’. Com toda a certeza, é algo tão maravilhoso que fico até emocionado”, afirmou.
Fonte: Da Redação
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