O presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES), Ricardo Mattos, disse que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) dificulta as ações da entidade. O assunto foi abordado durante entrevista concedida ao jornalista Romano dos Anjos, no programa Rádio Verdade da 93 FM desta quarta-feira (10).
O conselho é um órgão colegiado de caráter permanente, paritário e deliberativo. Sua função é de de formular estratégias, controlar e fiscalizar a execução da política estadual de saúde. Isso inclui os aspectos econômicos e financeiros.
Conforme Ricardo, empresas que prestam serviço à saúde procuraram o CES para denunciar a falta de pagamentos.
“Quando fomos procurados, chamamos a gestão em uma reunião onde o prestador de serviço colocou todas as suas demandas. Ninguém tem condições de trabalhar sem receber. A Clínica Renal por exemplo, entrou em greve pois não tinha mais material”, disse Ricardo.
Além disso, Mattos citou outros casos como a maternidade de lona e a falta de alimentação nos hospitais.
“Fomos também procurados pelos fornecedores, Hospital Lotty Iris e o hospital materno provisório, além da questão da alimentação, fora outros pequenos fornecedores que não receberam. O que nos causa estranheza é que existe uma lei que diz que precisamos pagar os fornecedores em ordem cronológica, então, porque eu recebo e você, por exemplo, demora um ano para receber?”, disse.
Ricardo explicou que o conselho chegou a emitir no ano passado, nota de repúdio sobre a postura da Sesau quanto ao atraso do pagamento dos prestadores de serviço para diversos órgãos.
“O que a gente fica assustado é que não é só a Clínica Renal, são todos os prestadores de serviço que hoje não tem essa sequência cronológica. Ano passado deliberamos nota de repúdio pelo desmonte que a Sesau estava fazendo. A ALE-RR nos chamou para uma reunião e foi dito pelo presidente da Assembleia e pelo presidente da comissão de Saúde que toda a informação da Sesau que eles precisavam tinha que ser judicializada, pois a Sesau não passa. Ou seja, para eles terem uma informação lá, imagine então nós, que não somos renumerados, explicou.
Mattos pontuou o que o conselho cobra da Sesau. “Queríamos que houvesse consulta, exame, medicamentos e cirurgias e a gente não consegue fluir. Por que no município funciona e no Estado não funciona?” questionou.
Mattos lembrou também que em 2019, ocorreu a eleição para a escolha da mesa diretora do conselho na qual ele foi eleito como presidente. De acordo com ele, a eleição aconteceu conforme manda a Lei. Assim, a chapa do atual presidente foi reeleita para o período de 2023 até 2025.
Deste então, iniciaram interferências. A chapa opositora, entrou com uma ação no Ministério Publico de Roraima (MPRR) para pedir a invalidação do pleito. A Sesau disse que apenas seguiu a recomendação do MPRR.
“O conselho chegou em um ponto que parou […] semana retrasada tivemos um reunião com o ‘conselho do bem’ com a participação da Secretaria Geral da Presidência da República. O presidente do Conselho Nacional de Saúde ligou pra mim três vezes preocupado pois é um fato inédito a ingerência de controle da gestão. Estamos tentando fazer o que é real e justo. Há ainda uma nota deles [Sesau] dizendo que foi fraudado uma eleição”, finalizou.
Fonte: Da Redação
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