Desde 2013, a prefeitura plantou mais de 7 mil mudas em espaços públicos de Boa Vista, como escolas, praças, nascentes, áreas degradadas e comunidades indígenas. A arborização urbana é, inclusive, um dos pré-requisitos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para medir o bem-estar da população.
Em meio há tantas histórias, existe a paixão de Shirley Brito. O brilho nos olhos é inevitável ao recordar a infância no quintal, junto ao sapotizeiro de quase 100 anos que ainda hoje dá sombra, frutos e boas recordações. Shirley é uma cidadã que acredita no poder da natureza e, por isso, a respeita no melhor sentido.
Desde que a mãe ficou impossibilitada de cuidar do jardim, ela assumiu essa missão.
“Todos os dias eu venho cedo pra cá e vejo tudo que precisa ser feito. Na maioria das vezes, eu cuido primeiro das plantas dela e depois cuido das que tenho em casa”, brincou.
O quintal da mãe, dona Olga é diverso. Há flores, plantas ornamentais e frutíferas. Além do sapotizeiro, há mamão e limão. Shirley lembra que outros frutos também fizeram parte do terreno, como manga, jaca, maracujá e ata. Por pouco tempo, até uvas foram colhidas por dona Olga, que ainda possui roseiras plantadas por ela mesma no quintal.
E a paixão continua quando Shirley percorre as ruas da capital. Como cidadã boa-vistense, ela se encanta com as praças vivas, cheias de árvores e flores naturais, sem esquecer de quem cuida de tudo isso.
“A gente acompanha desde o plantar, o embelezar e o cuidar. Isso se chama compromisso com a natureza e com a cidade”, disse.
A ação de plantio faz parte do calendário ecológico do Departamento de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Meio Ambiente (SPMA), que inclui ainda outros procedimentos. Entre esses, destaca-se o plantio no Parque do Rio Branco, em homenagem às crianças do Família Que Acolhe (FQA).
Outra peculiaridade de Boa Vista nesse contexto de cidade verde é a diversidade de árvores frutíferas encontradas nos quintais e em diversos pontos da cidade.
De acordo com a inspetora ambiental Maria Consolata de Oliveira, as mais comuns são de jambo, caju, manga, goiaba, acerola, carambola e jabuticaba.
Para além da estética, a arborização impacta diretamente no clima e na purificação do ar para a população. E para todas elas, sendo frutíferas ou não, a orientação é uma só.
“O município demorou anos para chegar aonde está no sentindo da arborização, então a única coisa que pedimos é para não cortar as árvores”, falou Maria.
Para plantar na área urbana, Maria explicou que são analisados alguns critérios, como resistência da planta à incidência solar e resistência à pragas e doenças.
Além da vistoria para saber se há fiação, tubulação ou drenagem próximas. Tudo para que o crescimento não seja interrompido.
“Quando alguém vende uma casa, ou aluga um espaço comercial que tem aquelas árvores enormes, as vezes a pessoa quer cortar a árvore. Não pode. É crime ambiental, passível de multa. Então a gente pede compreensão dos moradores”, pontuou.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, vem trabalhando na elaboração e posterior implantação do Plano Municipal de Arborização Urbana. A finalidade é melhorar as condições climáticas da cidade e estimular a ocupação dos espaços públicos e áreas verdes pela população.
Atualmente, o processo está em fase de elaboração de Termo de Referência, para a contratação de empresa de consultoria que será responsável pela elaboração do plano, com base nas diretrizes traçadas pela legislação em vigor em consonância com o nosso plano diretor, levando em consideração as zonas de desenvolvimento urbano da cidade.
Fonte: Da Redação
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