Estudantes da Universidade Federal de Roraima (UFRR), desenvolveram um manual com orientações sobre a cobertura de temas envolvendo a comunidade LGBTI. O projeto é uma atividade produzida pela disciplina de Jornalismo Comunitário do curso de Comunicação Social – Jornalismo.
O manual conta com um dicionário que esclarece termos, orientações sexuais e identidades de gênero. Além disso, ajuda os profissionais a evitarem erros de apuração e a não reforçarem estereótipos e preconceitos. Para acessar o material, clique aqui.
De acordo com a orientadora e professora da disciplina, Vângela Morais, a elaboração da cartilha é uma realização prática dos conhecimentos da disciplina.
O trabalho é inspirado por análises feitas pelo jornalista Fabrício Araújo no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Ele trata da cobertura jornalística da editoria de polícia sobre a população LGBTI em Roraima.
“O jornalista Fabrício Araújo já tinha feito um trabalho voltado a analisar como se dá, na prática, a cobertura de pautas na editoria de polícia sobre a comunidade LGBTI […] a pesquisa sinalizava uma certa ausência de debate sobre o tema na academia no momento de formação de jornalistas e como isso poderia ser importante para corrigir alguns deslizes de cobertura, que acabam afetando do ponto de vista da dignidade, a comunidade LGBTI”, explicou a professora.
Conforme Vângela, o objetivo do manual é ser um espaço de consulta rápida aos comunicadores, bem como provocar a discussão do tema no ambiente acadêmico.
“Oferecer um manual de consulta aos comunicadores no momento em que os profissionais de imprensa estiverem diante de uma cobertura de assuntos que envolvam a comunidade LGBTI para que façam dessa matéria, uma matéria respeitosa […] Um objetivo paralelo é o de levar os próprios estudantes de jornalismo no momento da sua formação, a discutir esse tema, a entender essa complexidade“, disse.
Conforme o jornalista Fabrício Araújo, ao estagiar na área da comunicação e observar o trabalho dos jornalistas, ele identificou a falta de tratamento humanizado e o sensacionalismo que reforçava estereótipos sobre o público LGBTI.
“Notei que isso ocorria majoritariamente na editoria de polícia, o que consegui comprovar durante a pesquisa com o levantamento das matérias publicadas entre 2013 e 2020. Esse foi o período de análise porque em 2013, Roraima teve a maior porcentagem de mortes violentas de LGBTIs e em 2020, foi o último ano inteiro antes de eu entregar o trabalho”, relatou.
Fabrício é pesquisador do projeto “LGBTI na editoria de polícia em Roraima: uma cartografia dos casos de crimes nos jornais virtuais do g1 e da folhaweb“, trabalho que inspirou a cartilha. Segundo ele, o material desenvolvido pela professora Vângela e pelos alunos do curso de comunicação é “mudança sem volta”.
“Eu não tenho dúvidas que é uma construção de ponte para um jornalismo mais humano, consciente e respeitoso. Espero demais que os jornalistas que estão na redação recebam esse material de mente e braços abertos”, ressaltou.
De acordo com a aluna Vanessa Fernandes, o jornalista tem o papel importante de levar a informação para todos, independente de raça, classe e gênero. Por isso, o profissional precisa ser orientado a fim de não perpetuar hábitos nocivos para a comunidade LGBTI.
“Há profissionais atuando hoje em dia que não tiveram essa orientação na universidade e continuam carregando em suas coberturas alguns hábitos ruins. Com o manual, acredito que será possível trazer, ao menos, uma discussão sobre o assunto dentro da nossa profissão”, disse.
Fonte: Da Redação
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