Cidades

Ministério Público de Roraima denuncia grupo que causou morte de mulher após lipoaspiração em clínica clandestina

O Ministério Público de Roraima (MPRR) denunciou quatro pessoas pela morte de Alzenir Vitor da Silva, de 45 anos, após uma cirurgia plástica em clínica clandestina no bairro Caimbé, zona Oeste de Boa Vista. O crime ocorreu no dia 2 de agosto deste ano.

Conforme denúncia protocolada pela Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri no dia 22 de setembro, Juan Pedro Hernandez Tovar, Zelia Pereira da Silva, Lidiane Oliveira Hernandez e Marilene da Conceição Sousa, praticaram contra a vítima, de forma irregular e sem formação adequada, procedimento médico estético de lipoaspiração, com aplicação de substâncias químicas não identificadas.

Segundo as investigações, Juan Pedro afirmou à vítima que era médico e que tem formação para realização de cirurgias estéticas, as quais aconteciam na casa de Zelia Pereira.

Relembre

A vítima passou mal durante o procedimento, realizado por Juan Pedro com o apoio de Zelia, Lidiane e Marilene.

Os acusados alegaram que Alzenir estava “possuída por espíritos”. Além disso, contaram que só levaram a mulher para o Hospital Geral de Roraima (HGR) após uma tentativa de “libertação espiritual”.

Eles entregaram a vítima, que estava desacordada, à equipe de plantão da unidade. Momentos após a entrada no hospital, a equipe médica constatou a morte dela.

O promotor de Justiça, Joaquim Eduardo dos Santos, autor da ação penal, afirma que o grupo estava interessado na vantagem financeira. Ressaltou ainda que eles não estavam preocupados com a saúde da vítima.

“O local era insalubre e não tinha sequer equipamentos médicos necessários, como equipamento de monitoramento dos sinais vitais, além de os envolvidos não terem a capacitação necessária para este procedimento. Isso é muito grave porque uma pessoa perdeu a vida devido à atuação clandestina do grupo”, ressaltou.

Prisão preventiva e parecer favorável do MPRR

No último sábado, 30 de setembro, a Polícia Civil cumpriu três mandados de prisão preventiva contra os acusados. As equipes prenderam Juan, Zelia e Lidiane, além de cumprirem cinco mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos.

A operação St. Thomas, como foi batizada, teve parecer favorável do Ministério Público de Roraima, medida adotada após analisar os autos apresentados pela Polícia Civil, que realizou diligências e coleta de depoimentos dos denunciados e de testemunhas.

Os quatro envolvidos foram denunciados por homicídio mediante motivo torpe, associação criminosa e exercício ilegal da medicina.

Fonte: Da Redação

Ian Vitor Freitas

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