Jalser Renier – Foto: Divulgação/ALE-RR
O Ministério Púbico de Roraima (MPRR) pediu a condenação do ex-deputado Jalser Renier e de mais outros oito acusados no caso Romano dos Anjos. O parecer é desta quinta-feira, 13, e foi assinado pelos promotores Joaquim Eduardo dos Santos, Carla Cristiane Pipa e André Felipe Bagatin.
O órgão se manifestou em suas alegações finais dentro do processo que tramita no Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR). Além de Jalser, o MPRR pede a condenação de sete policiais militares e de um ex-servidor da Assembleia Legislativa de Roraima (MPRR). São eles:
Eles são acusados de violação de domicílio qualificada, cárcere privado e sequestro qualificado, roubo majorado, dano qualificado, constituição de milícia privada e tortura.
O MP também pede a absolvição de Thiago de Oliveira Cavalcante Teles. Para o órgão, não há elementos suficientes para sustentar sua condenação.
No dia 26 de outubro de 2020, Romano dos Anjos jantava com a esposa Nattacha Vasconcelos quando três bandidos armados e encapuzados invadiram a residência do casal e sequestraram o jornalista. Ele foi torturado e deixado em uma área rural de Boa Vista, com pés e mãos amarrados. Quase quatro anos depois, o crime segue sem desfecho na Justiça.
Romano foi encontrado com o braço quebrado e as pernas lesionadas, próximo a uma árvore na região do Bom Intento. Após quase um ano de investigações, o Ministério Público de Roraima deflagrou a primeira etapa da Operação Pulitzer, juntamente com as polícias Civil e Miliar, no dia 16 de setembro de 2021. Na ocasião, seis PMs e um ex-servidor da Assembleia Legislativa de Roraima foram presos:
Menos de um mês depois, Jalser Renier foi preso na segunda fase da Operação Pulitzer, acusado de ser o mandante do sequestro. À época, ele era deputado estadual.
No mesmo dia, outros três policiais também foram presos: Moisés Grangeiro, Natanael Felipe e Bruno Inforzato. Este último respondia apenas por obstrução de justiça, crime retirado da lista de acusações.
Renier ficou preso por cinco dias. Com justificativa de imunidade parlamentar, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) então concedeu liberdade a Jalser com uso de tornozeleira eletrônica. Ele está solto desde então.
No dia 26 de outubro de 2021, o Ministério Público denunciou Jalser Renier por oito crimes no caso Romano dos Anjos. E em setembro de 2022, ele teve o mandato cassado na Assembleia Legislativa após 27 anos ininterruptos como deputado em Roraima.
Outros réus acusados de envolvimento no sequestro do jornalista também foram soltos pela Justiça com medidas cautelares, no dia 11 de outubro de 2022, um dia após Romano dos Anjos voltar a apresentar na TV Imperial. Os militares faziam a segurança do deputado, enquanto o ex-servidor da ALE agia no setor de inteligência da Casa.
As oitivas do caso iniciaram em agosto do ano passado. A finalidade desse tipo de audiência é produção de provas orais em que são ouvidas todas as partes do processo, entre elas, as testemunhas.
Fonte: Da Redação
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