Enquanto atravessava uma estrada na área rural de Boa Vista em 2023, um filhote macho de raposa foi capturado e levado para ser criado como animal de estimação (prática ilegal). Hoje, com um ano e por não conseguir se adaptar à natureza, o animal silvestre ganhou uma nova casa nesta semana, no Parque Ecológico Bosque dos Papagaios.
Há vários nomes para essa espécie de canídeo endêmico da América do Sul: raposa, cachorro-do-mato, graxaim-do-mato, entre outros. Já o científico é apenas um: cerdocyon thous. Apesar da aparência encantadora e do tamanho pequeno, chegando a 65 cm de comprimento, esse animal é temperamental e pode, por isso, morder ao se sentir ameaçado. No Bosque dos Papagaios, o novo hóspede está em fase de adaptação.
“A munícipe que pegou a raposa mora no bairro Nova Cidade e reclamou do forte odor de urina. Por isso, ela o entregou de forma voluntária e fizemos o resgate. É sempre válido reforçar que animais silvestres não são ‘pets’. Eles pertencem à natureza e quando retirados, podem sofrer muito com a falta de adaptação”, disse o secretário municipal de Meio Ambiente, Alexandre Santos.
Após o resgate em 2023, o animal foi encaminhado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). Houve uma tentativa de devolução para a natureza, contudo, o pequeno se mostrou incapaz de sobreviver por conta própria. Por isso, sua nova casa fica no Bosque dos Papagaios, onde agora tem um recinto especialmente para ele, construído pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA).
“Sempre deixamos os espaços dos animais o mais próximo possível do habitat. Os alimentos são os que eles encontram na natureza. No caso da raposa, o cardápio é composto por carne vermelha e branca e frutas. Durante a adaptação, vamos analisar o comportamento. Caso precise de alguma alteração no recinto, faremos”, contou o diretor do Bosque dos Papagaios, Francisco Ibiapina.
Se pudesse falar, com certeza, seria um “obrigado”. Além de receber muito carinho e cuidado, a raposa terá todo o apoio necessário para a sua sobrevivência. Saúde, alimentação e qualidade de vida, tudo isso garantido pelos profissionais da SEMMA. O parque tem mais uma história para contar aos visitantes e já apareceram munícipes curiosos.
A família Costa, composta pela mãe Natália, de 32 anos, e os filhos Beatriz e Oliver, de 13 e 11, sempre aproveitam para passear no parque. “É legal ter um lugar assim dentro da cidade, arborizado e com vários animais. O Oliver gosta muito das aves e sempre conta os nomes de cada espécie para mim e para a Beatriz. Gostamos de observar e escutar os animais”, afirmou Natália Costa.
Aberto durante todos os dias, exceto feriados e pontos facultativos, o horário de funcionamento é das 8h às 18h durante a semana. Aos fins de semana, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Vale ressaltar que no local proíbe a entrada de animais domésticos, alimentar os animais, entrar com bebida alcoólica, consumir alimentos nas trilhas, fumar, assim como descartar resíduos de forma irregular.
Fonte: Da Redação
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