A Prefeitura de Boa Vista esclareceu, nesta quinta-feira (15), que não recebeu recomendação oficial do Ministério da Saúde para antecipar a segunda dose da vacina Astrazeneca e nem sobre a inclusão de jovens de 12 a 17 anos com comorbidades no calendário de vacinação contra a Covid-19.
O posicionamento do município ocorre após os anúncios do Governo de Roraima sobre a implementação das medidas feitas nesta semana. Segundo a prefeitura, dados sobre a decisão já foram solicitados à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
“Um ofício da Secretaria Municipal de Saúde foi enviado nesta quinta-feira, 15 de julho, ao secretário estadual solicitando informações sobre quais estudos e critérios justificam a antecipação e inclusão desse grupo e sobre a disponibilidade de doses para a segunda aplicação”, relatou a prefeitura em nota de esclarecimento.
No anúncio da antecipação da segunda dose da Astrazeneca, de 90 para 60 dias, o Governo de Roraima informou que a decisão seria uma maneira de garantir que a população tenha uma resposta imune mais rápida ao vírus. No entanto, a Prefeitura de Boa Vista relembrou que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção do imunizante, emitiu uma orientação sobre a continuidade do intervalo de 12 semanas entre as doses.
“A Fundação esclarece que o intervalo de 12 semanas entre as duas doses recomendado pela Fiocruz e pela AstraZeneca considera dados que demonstram uma proteção significativa já com a primeira dose e a produção de uma resposta imunológica ainda mais robusta quando aplicado o intervalo maior. Adicionalmente, o regime de 12 semanas permite ainda acelerar a campanha de vacinação, garantindo a proteção de um maior número de pessoas”, reforçou a Fiocruz no dia 13 de julho.
Ao incluir pessoas de 12 a 17 anos no calendário, o Estado justificou que o objetivo é garantir um retorno seguro às aulas. Semana passada, o Governo informou que pretende iniciar um plano experimental de retorno às aulas presencialmente.
Na ocasião, o governador Antonio Denarium (sem partido) garantiu reforçar a entrega de doses para os municípios vacinarem o novo público-alvo. “Precisamos acelerar o ritmo da vacinação e fazer com que as vacinas cheguem onde devem estar, que é no braço de cada cidadão”, declarou.
Entre os imunizantes distribuídos até o momento ao Brasil (Coronavac, Pfizer, Janssen e Astrazeneca), apenas Pfizer tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser utilizado nessa faixa etária.
Em nota de esclarecimento sobre as medidas, a Prefeitura de Boa Vista reforçou que o foco do Plano Nacional de Imunização (PNI) do Governo Federal é imunizar ao menos 70% da população geral acima de 18 anos.
“Desde o início da campanha de vacinação contra a Covid-19, o município segue as orientações e recomendações do Programa Nacional de Imunização. Até o momento, a cobertura vacinal na população alvo registra 34,73% com aplicação da primeira dose”, informou.
Nesta semana, Roraima em Tempo mostrou que em Boa Vista a procura por imunização segue baixa devido notícias falsas e medo de reação após a vacina. Por conta da baixa demanda, a Prefeitura antecipou o calendário de faixa-etária.
A Sesau informou ao Roraima em Tempo que a antecipação da vacina é uma estratégia adotada para que toda a população até 18 anos esteja imunizada com a primeira dose até agosto.
“Esclarece ainda que a bula da Fiocruz, responsável pela produção e importação da tecnologia da AstraZeneca, já informa que “a segunda injeção pode ser administrada entre 4 e 12 semanas após a primeira”, portanto não existe risco para quem é vacinado, além da antecipação ampliar a proteção da população, sem interferir na eficácia do imunizante, até porque o intervalo entre as doses ainda segue a recomendação da fabricante”, informou
A pasta argumenta ainda que o prazo era adotado devido a um momento de escassez de vacinas, o que já não ocorre. Além disso, cita que a antecipação foi aplicada no Distrito Federal e em outros 10 estados, que já atuam com ampliação de idade e antecipação da vacina.
“O Governo informa ainda que é preciso garantir uma melhor resposta imune da população, pois está ocorrendo avanço de novas variantes no país, principalmente a Delta, originária da Índia, uma das quatro linhagens consideradas de preocupação pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e associada à maior transmissibilidade”, destacou.
Fonte: Samantha Rufino
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