Equipes da Prefeitura realizam as limpezas - Foto: Jonathas Oliveira/PMBV/SEMUC
Conforme a Prefeitura de Boa Vista, de janeiro a junho deste ano, o volume de lixo recolhido em lugares inadequados chegou a 14,5 toneladas. Um número alto, considerando as 11,2 toneladas registradas durante todo o ano de 2022. A quantidade de locais onde os resíduos estão sendo despejados de forma imprópria também subiu. As equipes identificaram 22 novas áreas de descarte irregular, saltando de 58 para 80.
A prefeitura teve que criar cronograma de serviços específico para atender essas regiões, chamadas de pontos viciosos. Essas áreas, mesmo havendo remoção dos resíduos, em pouco tempo estão sujas novamente.
Mais de 600 agentes de limpeza se empenham diariamente para garantir que a cidade esteja sempre bem cuidada. Para o secretário municipal de Serviços Públicos, Thiago Amorim, eliminar esses pontos têm sido um desafio.
“Estamos monitorando e limpando esses lugares, mas as vezes, acontece de no mesmo dia as pessoas jogarem lixo de novo. O que nem deveria acontecer, pois o cronograma de coleta atende todos os bairros três vezes por semana e disponibilizamos o serviço de remoção de entulhos e galhadas mediante pagamento de taxa. Não tem necessidade de jogar lixo nas ruas”, disse.
Nesses lugares são encontrados materiais dos mais variados tipos: restos de comida, embalagens plásticas, vidros, galhos de árvores, móveis e até equipamentos eletrônicos.
Os bairros mais problemáticos são: Laura Moreira, Senador Hélio Campos, Raiar do Sol, Cidade Satélite, Joquei Clube, Centenário, União e Jardim Caranã. Eles concentram mais pontos e com acúmulo maior, mas a prática ocorre em toda cidade.
De acordo com a prefeitura, o descarte correto dos resíduos garante qualidade de vida e evita inúmeros problemas. Além do odor típico da decomposição dos materiais que incomoda qualquer um, a sujeira também atrai animais causadores de doenças.
O descarte irregular polui o solo, a água, bem como atrapalha acessibilidade nas calçadas e entope a rede de drenagem da cidade, provocando alagamentos nas ruas.
O Código de postura do município prevê multa para quem despejar lixo na frente das casas, em terrenos baldios ou então nas margens de igarapés, rios e lagos. O valor depende da área onde ocorreu o descarte, correndo o risco de ser infração ou até crime ambiental.
As notificações ocorrem após fiscalização e surgem também por meio de denúncias dos próprios moradores da região afetada através da central 156.
Com a implementação do Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos várias iniciativas têm sido adotadas para sensibilizar as pessoas quanto ao descarte e destinação correta dos diferentes tipos de resíduos sólidos.
Desde 2017 o aterro sanitário não recebe mais resíduos de saúde. Eles são recolhidos, tratados para, assim, ter a destinação adequada à sua tipologia. Do mesmo modo, em 2019, resíduos da construção passaram a ser triados, transportados e descartados por empresas licenciadas.
A Prefeitura também já implantou inicialmente a coleta seletiva em cerca de 40 escolas municipais e, atualmente, está adequando os demais prédios públicos de Boa Vista. Os servidores estão recebendo orientações de descartar separadamente os resíduos, que serão recolhidos e destinados aos locais adequados. Já os recicláveis são entregues para as associações.
Duas associações de catadores que atuam no reaproveitamento de materiais recicláveis têm parceria com a Prefeitura. O lixo que está sendo descartado de qualquer jeito, com a separação adequada, pode ter outro destino e favorecer diversas famílias que fazem parte das Associações Terra Viva e Global com a geração de renda.
Além disso, é possível reduzir o impacto ao meio ambiente, tirando da natureza itens como plástico, metais, papéis e vidro que levariam anos para se decompor.
Conforme a Prefeitura, estão em construção três ecopontos em locais onde as pessoas poderão descartar pequenas quantidades de resíduos ao invés de jogá-los de forma inadequada pela cidade.
Eles vão funcionar nos bairros Caçari, Nova Cidade e Cidade Satélite e vão acomodar quatro tipos de resíduos: restos da construção civil, galhadas, recicláveis, assim como resíduos volumosos (móveis e eletrodomésticos). Cada munícipe poderá depositar nos locais até um metro cúbico por dia.
Resíduos orgânicos, em breve, também terão pontos de descarte adequados. No Centro de Compostagem os materiais poderão ser transformados e reutilizados em práticas agrícolas que geram menos impacto ao meio ambiente.
Do mesmo modo, podem proporcionar a criação de um modelo de negócio que vai gerar emprego para pessoas em situação de vulnerabilidade. O local está sendo estruturado no Distrito Industrial, graças à parceria da AVSI Brasil, Fundação Banco do Brasil com a Prefeitura.
Fonte: Da Redação
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