Os consumidores roraimenses já estão pagando 26,59% a mais na conta de energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o reajuste para a tarifa da Roraima Energia, distribuidora do serviço no estado, na última terça-feira (1º).
O aumento anunciado é de 27,15% para consumidores em baixa tensão, 26,88% para alta tensão e 27,10% para consumidores em efeito médio.
Conforme a Aneel, os itens que mais impactaram a correção foram os custos com aquisição de energia, em decorrência da elevação do custo médio e potência comercializados pelos agentes de distribuição no ambiente de contratação regulada (ACRmédio), e retirada dos financeiros anteriores.
Vale lembrar que Roraima é o único estado do país que não é ligado ao Sistema Interligado Nacional (Sin) e durante anos, dependeu da anergia fornecida pela Venezuela.
No entanto, o país parou de enviar energia ao estado em março de 2019. E, desde então, o trabalho é feito por termelétricas da Roraima Energia.
Em suma, o parque térmico do estado é formado pelas usinas termelétricas Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista, Jardim Floresta e Distrito Industrial, e Novo Paraíso, em Caracaraí, região Sul de Roraima.
Atualmente, duas turbinas da UTE Jaguatirica II estão em operação. Assim, a primeira unidade geradora iniciou operação comercial em 15 de fevereiro. E em maio a usina passou a funcionar com 100% da capacidade, que é 141 MegaWatts. Dessa forma, o custo total foi de R$ 425 milhões.
À época da inauguração, o governador Antonio Denarium (PP) afirmou que com as termelétricas, o custo para os roraimenses diminuiria.
“A energia movida a gás natural é mais barata e vai ter uma redução final no custo da energia para os consumidores”, disse o gestor na solenidade de inauguração.
Da mesma forma, o ministro de Minas e Energia à época também afirmou que haveria uma redução nos preços.
“Esse empreendimento vai reduzir o custo da geração de energia em Roraima em 35%. Vai reduzir as emissões de gás carbônico em 38%”, destacou o ministro no evento.
A população roraimense mostra indignação e, sobretudo, preocupação com o que esse aumento pode causar no orçamento das famílias.
“Isso aí é uma coisa que é revoltante, indignante, não tem o que se falar. Um país desse, como é que a inflação não vai lá para cima? É revoltante”, comentou um morador.
Da mesma forma, outro morador, do bairro Senador Hélio Campos também reclamou do aumento. Anteriormente, para ele, a tarifa já estava alta, agora só piorou.
“A pessoa que ganha um salário de R$ 1.150, R$ 1.200 ‘conto’, meu amigo, para sobreviver. Aqui na minha casa, é pouca coisa, é duas centrais de ar. É pouquíssimas coisas. Máquina de lavar, essas coisinhas normais de casa, e eu já pago na faixa de R$ 500, R$ 600 reais. Agora já pensou com mais 26% de aumento?”, lamentou o homem.
Fonte: Rádio 93 FM
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