Indígenas realizaram um protesto contra a secretária de Educação de Roraima, Leila Perussolo, na tarde desta segunda-feira (11), na praça do Centro Cívico, em Boa Vista.
De acordo com um representante do movimento, o protesto contou com a presença de mais de 700 lideranças indígenas representantes de 250 comunidades e de 150 escolas. Segundo ele, o ato tem o objetivo de mostrar a insatisfação das comunidades com a Secretaria de Estado da Educação e Desporto (Seed).
“Hoje, o nosso manifesto, o nosso ato de insatisfação com a educação escolar indígena é referente às escolas que há mais de 20 anos não recebem uma reforma. É referente à merenda que o Estado manda estragada para os alunos, é referente ao concurso público que deu abertura para que não-indígenas concorressem o concurso público. É referente também à contratação imediata de pessoal para dar apoio nas escolas estaduais”, disse.
Além disso, o representante citou a falta de transportes escolares para atender a demanda de alunos das escolas indígenas.
“Além dos transportes escolares, que já tem uma promessa de mais de dois meses para chegar nas escolas para atender os alunos. Até agora, nada foi executado através do Governo do Estado via Secretaria de Educação”, relatou.
Os lideranças estiveram em frente à Seed na manhã de hoje para pedir a assinatura da secretária da Educação no ofício do movimento que relata as insatisfações do grupo, bem como suas reivindicações. Contudo, conforme o representante, Leila se recusou a sair do gabinete para assinar o documento.
“O documento era uma carta do movimento. Ele vem trazer as insatisfações e cobrar do governo que ele faça as ações referentes à sua competência dentro do Estado de Roraima. A secretária Leila, infelizmente, por sua vez, não nos atendeu, não saiu, bateu a porta na nossa cara e disse que não saía para conversar com o movimento indígena. Então o documento não foi protocolado porque a secretária se opôs a receber”, contou
O representante falou ainda sobre as perseguições que as comunidades indígenas sofrem pela secretária. Ele relembrou o caso do gestor exonerado após denúncias de pais sobre condições precárias de escola no Manoá.
“Essa é só uma das insatisfações, essa perseguição que a secretária têm com os povos indígenas. A gente não aceita qualquer intolerância referente aos nossos gestores, aos nossos diretores de escolas, aos nossos diretores de centro, aos nossos profissionais da educação. A gente não vai tolerar essa perseguição por parte da Secretaria. Mas esse movimento é pacífico, referente à semana dos povos indígenas que é comemorado em abril. Além dessa insatisfação que ela fez dessa demissão, a gente traz outras insatisfações da educação escolar indígena que ela não vem executando dentro do estado de Roraima.”, falou.
No dia 9 de março, o Governo do Estado exonerou o gestor da Escola Estadual Nossa Senhora da Consolata, da comunidade Manoá, em Bonfim. A exoneração ocorreu após denúncia de pais de alunos sobre condições precárias da unidade. Por falta de reforma, as aulas estavam sendo realizadas em um barracão.
Conforme o ex-gestor, depois da denúncia, a secretária de educação pediu que ele revelasse quem era o professor responsável pela filmagem da escola, senão seria exonerado. Contudo, a denúncia foi feita pela mãe de um dos estudantes.
No entanto, após repúdio de comunidade e tuxauas, a Seed readmitiu o gestor.
Por fim, ele afirma que o governo faz “maquiagem” nas escolas que estão sendo reformadas e relembra protesto que ocorreu no último dia 04 de pais, estudantes e lideranças que pediam melhorias na escola indígena Santa Luzia em Amajari.
“As [escolas] que estão sendo reformadas está sendo feito só uma maquiagem, por exemplo, a escola Três Corações, Santa Luzia, que já foi reformada, nessa gestão, só uma pintura. Inclusive, teve um ato na BR-174 das lideranças de Amajari, porque a escola infelizmente, dentro, está uma negação. Banheiros quebrados, estrutura inadequada. E a gente vem trazendo essa indignação, assim como as outras escolas do Estado que também não têm banheiro, carteiras velhas. Inclusive, a Secretaria vem mandando materiais velhos, usados, para atender as escolas indígenas do estado de Roraima”, denunciou.
Lideranças indígenas também discursaram contra a atual secretária da Educação e exigiram sua demissão ao governador Antonio Denarium (PP).
“Se tiver algum assessor do governador Antonio Denarium, comunique a ele que a gente está insatisfeito com a secretária que representa aquela pasta. Hoje a gente já vai dar o primeiro recado, e a gente quer ser atendido, que essa mulher deixe essa pasta. Ela não serve para representar nenhum governante. Governante que é sério, essa mulher não serve para representar. Então se o senhor [Denarium] quer se cercar de pessoas que não atendem o movimento indígena, parabéns, continue, mas fique sabendo que os seus votos dentro de comunidade indígena vai diminuir drasticamente”, disse uma das lideranças presentes.
Ao fim dos discursos, os indígenas realizaram uma manifestação em frente ao Palácio Senador Hélio Campos para pedir a assinatura do governador na carta do movimento. Entretanto, Denarium não saiu para atendê-los. Do mesmo modo, as lideranças também fizeram a leitura de uma carta de repúdio.
“A senhora Leila Soares de Souza Perussolo se recusou a dialogar com o nosso movimento, escutar nossas denúncias e receber nossa carta onde exigimos respostas para todas as violações ao direto à educação de qualidade que nossas crianças, adolescentes, profissionais da educação de comunidades indígenas estão sofrendo por conta do descaso desse governo. A secretária afirmou que não sairia de seu gabinete para receber algumas lideranças. Exigiu a entrega de celulares e a presença de três agentes de segurança para então destrancar sua porta”, disse um trecho do documento.
Conforme a Seed, as “denúncias não procedem”. Afirmou, ainda, que recebeu lideranças indígenas na manhã dessa segunda-feira (11) e que entrega a merenda escolar regularmente.
Apesar disso, a Secretaria afirma que “conhece” a realidade das estruturas físicas das escolas indígenas. Mesmo com o atual governo caminhando para o último ano de mandato, a pasta relembrou que as escolas estão abandonadas há anos e que “não tiveram devida cobrança das comunidades”.
Fonte: Da Redação
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