Abrigo após a ação dos militares - Foto: Lideranças Warao
O Conselho de Indígenas de Roraima (CIR) recebeu uma denúncia de que militares da Operação Acolhida agrediram, cortaram as redes e intimidaram os indígenas da etnia Warao para que aceitassem a transferência para outro abrigo. O caso ocorreu na quarta-feira (16) no abrigo Pintolândia, em Boa Vista.
Do mesmo modo, lideranças Warao relataram que a ação ocorreu dentro de um contexto de violações de direitos contra o povo em outros abrigos.
De acordo com o presidente do conselho, Edinho Batista, a Força Tarefa agiu ‘forçosamente’, pois, segundo ele, os indígenas haviam recusado a transferência.
“Eles não queriam mudar de abrigo, então acabou que quem tomou a decisão mesmo foi o próprio exército”, contou.
Ele destacou ainda que o exército não está preparado para realizar o serviço dentro de um órgão de ajuda humanitária.
“Ninguém merece isso, eles estão numa situação condicionada. Eu creio que essas pessoas não estão preparadas para fazer esse tipo de atividade. São para acolher e ajudar as pessoas”, disse.
Conforme a nota de repúdio emitida pelo CIR, durante a 51ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas que ocorreu entre os dias 11 e 14 de março, lideranças Warao relataram sofrer pressão psicológica por parte de entidades e exército para aceitar a transferência sem dialogar com as famílias indígenas.
Na ocasião, as lideranças se solidarizaram com os Povos Warao, E’ñepa, Kariña e Pemon, da Venezuela, que se encontram em Roraima.
“Pedimos que o Estado Brasileiro, a DPU, MPF e as agências de Nações Unidas envolvidas na Operação Acolhida garantam o respeito aos direitos coletivos desses parentes. Particularmente o direito à consulta prévia, livre, culturalmente adequada e informada. O direito à autodeterminação, suas instituições e o direito a seus modelos de organização social próprias, paralisando qualquer ação forçada de transferência de famílias para outros abrigos sem o consentimento explícito destes povos indígenas e suas lideranças”, diz um trecho da declaração.
O Roraima em Tempo entrou em contato com a Operação Acolhida e aguarda resposta.
Fonte: Da Redação
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