Ex-segurança do governador de RR é preso suspeito de matar casal em briga por terra no interior

A Polícia Civil de Roraima (PCRR) prendeu na tarde desta sexta-feira (10) o ex-segurança do governador Antonio Denariium (Progressistas). Helton Jhon Silva de Souza, 48 anos, está na Delegacia de Repressão as Ações do Crime Organizado (Draco). Ele é capitão da Polícia Militar de Roraima (PMRR) e é investigado por um duplo homicídio no Cantá, interior de Roraima. Ele teve a voz identificada em um áudio gravado por uma mulher durante o assassinato dela e do marido.

De acordo com as investigações, o capitão esteve no local do crime no dia em que os assassinatos ocorreram. As vítimas são os produtores Flávia Guilarducci, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57 anos.

A mulher teria gravado um áudio em que registrou a voz do capitão Helton quando discutiam sobre uma disputa de terras. O áudio foi exibido por uma rede de TV local.

A Polícia Civil de Roraima (PCRR) apura o crime e a linha linha de investigação segue sobre a disputa de terras que envolve um produtor que, conforme informações é amigo próximo do segurança do governador.

Civil prendeu mais um envolvido

A Polícia Civil também prendeu nesta sexta-feira (10) mais um suspeito de envolvimento no assassinato do casal. Trata-se de Jhonny de Almeida Rodrigues. Conforme as investigações, ele e outro homem estiveram numa loja e compraram munição e também estavam juntos quando as vítimas tiveram suas terras invadidas e foram baleadas.

A equipe de reportagem da TV Imperial acompanhou o momento em que os policiais chegaram com ele na delegacia. Jhonny falou para o repórter Edilon Albino que comprou as munições para treinar. Disse ainda que não se entregou antes porque estava esperando o advogado intimá-lo.

Questionado sobre sua aproximação com o capitão Helton, Jhonny disse que não o conhece.

O crime

O crime ocorreu no dia 23 de abril na Vicinal do Surrão, no Cantá. No áudio é possível ouvir o barulho de seis tiros e gritos do casal. O homem morreu no dia seguinte e a mulher ficou em estado grave, mas morreu no dia 28 no Hospital Geral de Roraima (HGR).

Na quarta-feira (24) a PCRR prendeu dois suspeitos do crime: um de 53 anos e um de 35. A Polícia Civil pediu a prisão do produtor, mas a Justiça anda não acatou.

A reportagem entrou em contato com o Governo de Roraima e também com o capitão Helton, mas não obteve resposta.

Ameaças

Após o crime, os agentes da delegacia iniciaram as investigações. Eles apuraram que a mesma testemunha que prestou socorro ao casal, também recebeu ameaças de quatro homens no dia anterior.

A testemunha e o agricultor haviam combinado de fazer uma plantação de feijão numa parte da terra. Na segunda-feira a testemunha olhava o local onde fariam a plantação quando chegaram os quatro homens e um deles estava armado com uma pistola calibre 380.

“Eles foram na propriedade e encontraram a testemunha que é um policial militar da reserva. Eles fizeram a ameaça afirmando que o casal havia invadido as terras deles e, logo depois, foram embora”, relatou o delegado.

De acordo com o relato da testemunha, que ainda chegou a conversar com o agricultor sobre as ameaças, este afirmou que a terra lhe pertencia e estava toda documentada.

“A vítima disse a essa testemunha que era dono da terra e que tinha toda a documentação comprobatória, mas que já tinha recebido outras ameaças anteriormente dos suspeitos e, inclusive, registrado um Boletim de Ocorrência dessas ameaças”, disse o delegado.

Com base nessas informações, os policiais iniciaram as investigações e conseguiram localizar dois dos suspeitos e prendê-los em flagrante delito por homicídio na manhã desta quarta-feira.

Conforme o delegado, as investigações apontaram que os dois homens estiveram numa loja e compraram munição e também estavam juntos quando as vítimas tiveram suas terras invadidas e foram baleadas.

Diligências estão sendo realizadas de forma contínua para localizar os outros dois homens que continuam foragidos.

Após a prisão, o delegados interrogou os suspeitos, acompanhados de um advogado, e usaram o direito constitucional de somente falar em juízo. Eles foram encaminhados ao IML (Instituto Medicina Legal) onde passaram por exames de integridade física e apresentados amanhã, dia 25, na Audiência de Custódia.

Casa militar afastou o segurança

Em nota, a Casa Militar do Governo de Roraima informou que, ao ser comunicada a respeito do processo investigatório sobre o referido militar, tomou providência imediata de afastá-lo e exonerá-lo das funções que exercia junto à equipe de segurança. Além disso, também o apresentou ao comando da Polícia Militar de Roraima para responder ao devido processo legal.

Esclareceu também que no dia do fato, o militar acusado de participação no crime estava de folga e não estava em serviço.

Ressaltou ainda que o chefe da segurança é o secretário-chefe da Casa Militar de Roraima. O referido militar compõe uma de várias equipes de segurança da Governadoria.

A Polícia Militar, por meio da Corregedoria-Geral, esclareceu que está acompanhando o caso, juntamente com a Polícia Civil, e tomará todas as providências legais pertinentes ao fato em conjunto com as autoridades policiais e judiciais.

A Polícia Militar de Roraima informou que, até o presente momento, não foi informada oficialmente sobre a mencionada investigação conduzida pela Polícia Civil de Roraima.

Sendo assim, buscará informações mais precisas sobre os autos do inquérito policial, a fim de se posicionar especificamente sobre o caso.

A PMRR finalizou ao afirmar que ressalta o seu compromisso com a estrita legalidade, e não tolera qualquer desvio ético ou conduta ilícita nas fileiras da corporação.

Fonte: Da Redação