Uma discussão entre motoristas e indígenas foi registrada ontem (15) em uma barreira montada na Raposa Serra do Sol, perto da Comunidade São Mateus, em Uiramutã. É que a carga dos condutores foi apreendida.
As imagens mostram o momento em que indígenas retêm as mercadorias. O bloqueio ocorre na RR-171, que liga Boa Vista ao Uiramutã, extremo Norte do estado.
E continua: “Não há necessidade de conflito, mas façam um documento dizendo que estão apreendendo a nossa mercadoria com bebidas alcoólicas e refrigerantes. Tenho o direito de ir e vir […] estamos sendo roubados. As autoridades devem tomar providências”.
Em seguida, outra motorista não pode entrar na cidade e pergunta sobre a legalidade da ação. Ela pediu aos indígenas que mostrassem os documentos da fiscalização.
“Vocês estão retirando o meu direito de ir e vir. Quem assina esse documento para essa fiscalização? Cadê a polícia para revistar a minha carga? Tenho o mesmo direito que você. Acabei de sair de uma cirurgia e não posso ir para minha casa?”, disse.
Logo depois, um dos indígenas falou ter autorização da polícia para reter as mercadorias. “Mostro os documentos se a senhora quiser ver. A polícia é que assina. A senhora acha que eu sou quem? Sou indígena, sou daqui”, disse.
As críticas sobre a ação dos indígenas no local não são recentes. A princípio, a Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (Sodiurr) tentou acabar com a barreira em março.
Desde então, a organização diz que os povos usam a pandemia da Covid-19 para fazer fiscalização ilegal. Além disso, não tem apoio de servidores da saúde.
O Tribunal de Justiça mandou informar o Ministério Público Federal, a Fundação Nacional do Índio, o Governo do Estado, e a Prefeitura de Uiramutã. Contudo, o processo ainda corre e não tem uma decisão.
Apesar disso, o governo alegou que não sabia do processo, mas espera que tudo se resolva da melhor forma, para evitar conflitos.
O Conselho Indígena de Roraima (CIR) informou que recebeu em março uma carta de 76 comunidades que disseram que aumentou a invasão de garimpeiros, bem como pessoas não autorizadas.
O Roraima em Tempo entrou em contato com o Governo do Estado, Funai, MPF e CIR para pronunciamento sobre o caso e aguarda retorno.
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