O assassinato da indígena Melancia Yanomami, de 17 anos, ocorrido em 2021 no município de Iracema, foi esclarecido pela Polícia Civil de Roraima (PCRR) nesta terça-feira (13) após a prisão preventiva do principal suspeito dos crimes, um trabalhador rural de 50 anos.
O corpo da adolescente foi enterrado em uma mata de difícil acesso na Vicinal III, do Projeto de Assentamento Ajarani.
No dia 4 de maio do ano passado, foi instaurado um inquérito para apurar a informação, encaminhado pelo Ministério Público Federal (MPF), com base em um relatório da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye’kwana (FPEYY) que noticiava possíveis crimes de homicídio e estupro de vulneráveis, atribuídos a não indígenas.
Conforme a Civil, as investigações apontaram que duas jovens Yanomami foram estupradas e mortas após se recusaram a praticar sexo com um homem. Uma das vítimas, Melancia Yanomami, teve os restos mortais encontrados em uma cova. Contudo, os agentes não localizaram a segunda, Lora Yanomami.
O homem sempre era visto ingerindo bebidas alcóolicas na região do Ajarani. Ele teria convivido maritalmente com a mãe da adolescente Melancia, que foi assassinada a pancadas e estrangulamento.
Ainda segundo a PCRR, ainda não há indícios que comprovem a violência sexual. Quanto ao enterro, a corporação ainda está apurando se foi o suspeito ou os próprios indígenas que a enterraram.
Uma equipe do Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida realizou perícias no local onde os restos mortais de Melancia estavam. Após encontrar a ossada, o Instituto de Medicina Legal (IML) encaminhou para Boa Vista.
Foram realizadas diversas diligências para localizar o trabalhador rural. No entanto, por ter boas relações na região, os policiais tinham dificuldades em encontra-lo, pois sempre era avisado quando a equipe estava por lá.
Após o cumprimento da prisão preventiva, o homem ainda negou ter praticado os crimes, e acusou outras pessoas. Ele tem antecedentes criminais por tentativa de homicídio no município do Cantá.
O suspeito será apresentado na Audiência de Custódia em Mucajaí nesta quarta-feira (14.)
A Polícia Civil pediu auxílio da Fundação Nacional do Índio (Funai) na localizaçaõ de cinco indígenas Yanomami e o uso de intérprete para ouvi-los.
Fonte: Da Redação
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