O Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY) relatou por diversas vezes a falta de medicamentos e assistência médica na Terra Indígena Yanomami entre os anos de 2021 e 2022. Leia sobre a operação que apura desvio de medicamentos:
Em junho deste ano, o presidente do Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana, Júnior Hekurari, divulgou sobre a morte de três crianças de 3 anos da Comunidade Tirei por diarréia, pneumonia grave, desidratação, bem como verminose. À época, ele relatou que havia um surto das doenças na região e que os moradores ainda não haviam recibido atendimento da equipe de saúde.
Além disso, Hekurari informou sobre a falta de muitos medicamentos, entre eles, o albendazol. Durante uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre um esquema de desvio de recursos públicos federais, foi identificado o recebimento do vermífugo em quantidades inferiores ao adquirido pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y).
O DSEI-Y é comandado pelo ex-vereador de Mucajaí, Ramsés Almeida, aliado político do governador Antonio Denarium (PP). E indicação do senador Mecias de Jesus (Republicanos) e de Jhonatan de Jesus (Republicanos) no cargo.
Júnior Hekurari afirmou que sofreu muitos ataques durante os últimos dois anos por ter relatado a situação da TI Yanomami. Então ele disse estar satisfeito com a Operação Yaosi, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (30). Da mesma forma, ele espera a responsabilização dos culpados.
“Por esses desvios de medicamentos, as crianças morreram […] Tem muitos Yanomami que morreram nas comunidades. Eu vi o povo Yanomami morrendo. Eu clamei, eu pedi socorro para o MPF, levamos à imprensa, isso é muito importante”, contou.
De acordo com o MPF, no início de 2021 o número de casos de mortalidade infantil foi de 133,3%, sendo a maioria por malária. Dessa forma, em menos de dois anos, a Terra Yanomami registrou cerca de 44 mil casos da doença na população.
Além disso, o presidente do Condisi-YY ressaltou que, até o momento, não há nenhum tipo de ação nas comunidades Yanomami para frear esses casos.
“O povo Yanomami está morrendo. Não tem remédio, não tem atendimento nas comunidades […] Hoje se mostrou uma Operação da Polícia Federal que falaram que o próprio farmacêutico, o próprio coordenador, os próprios assessores do coordenador falsificaram esse recebimento de medicamentos junto com os empresários. Então por causa desses responsáveis que sofremos”, lamentou.
Fonte: Da Redação
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