Saúde

Gestante é mandada para casa pela quarta vez ao recorrer à Maternidade de RR

O mecânico Carlos Silva denunciou ao Roraima em Tempo que a esposa, gestante de 40 semanas, tem sofrido negligência por parte da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth. Segundo ele, esta é a quarta vez que ela passa mal com fortes dores no vente, costas e pernas, mas é mandada para casa.

Por volta das 3h desta sexta-feira (03), a mulher foi de ambulância à Unidade, pois não conseguia mexer as pernas. Além disso, a barriga ficou enrijecida, o que preocupou a família. Dessa forma, em torno das 4h, a paciente foi liberada depois de aferir a pressão e ser orientada a caminhar um pouco pela Unidade.

Ele lembrou que desde o pré-natal o casal recebeu a informação que precisaria fazer cirurgia para retirar o bebê. No entanto, em uma das consultas posteriores, um outro médico informou que a paciente teria parto normal induzido.

“Tenho medo que nessa indução minha mulher ou o bebê morram. Ela sente crise de dores, mas não dilata. Eles a mandam caminhar um pouco, mas acredito que isso não é suficiente para ajudar a dilatar”, disse.

Indignado, ele pede providências pois precisam saber o real fator que causam as crises de dores. A reportagem aguarda posicionamento da Secretaria de Saúde sobre o caso.

Gestante mandada para casa tem sofrido na Unidade

Na penúltima vez que o casal recorreu à Maternidade, em uma das crises de dores da mulher, o homem sofreu abordagem da polícia na unidade.

A situação ocorreu no dia 27 de fevereiro, por volta das 16h. Carlos contou que, mesmo em estado crítico, a paciente recebeu orientação de ir pra casa. Nesse sentido, preocupado com a saúde da gestante e da criança, ele pediu na Recepção para conversar com o médico que atendeu a mulher.

“Consegui conversar com ele para tentar saber o que estava acontecendo de errado. Depois ela recebeu atendimento de uma médica. Ela informou que fariam novos exames e que, dependendo do resultado, iria precisar de internação”, relatou.

Então, ao sair do consultório, ele foi abordado por dois policiais militares no corredor que perguntaram o nome de Carlos, já o informando que ele seria encaminhado à delegacia por desacato.

“Eu me recusei e aleguei que em momento algum desacatei ninguém. Algumas pessoas que se encontravam na sala disseram a eles que não houve desacato e as coisas começaram a ficar tensas”, disse.

Com a situação, a paciente começou a ter uma crise nervosa, momento em que o marido tentou leva-la de volta ao consultório. “Nessa hora, o policial tentou me agredir e jogar spray de pimenta no meu rosto, e eu disse que não sairia dali enquanto ela não recebesse atendimento”, contou.

Ainda segundo Carlos, uma pessoa que viu a situação tentou intervir, mas sofreu agressão do policial. “Nesse momento, o policial ligou para o comandante e começou a falar inverdades. Disse que o xinguei de ‘bosta’, coisa que não ocorreu. Muitas pessoas começaram a gritar com ele, dizendo que ele estava mentindo”.

Mais policiais

Logo depois, outros policiais chegaram à unidade e ouviram Carlos. Ele recebeu orientação para prestar mais esclarecimentos na delegacia. Ele informou que ficou das 7h às 23h do dia seguinte no 5º Distrito Policial para resolver a situação.

“Eu tenho testemunhas e tem as câmeras que mostram o que realmente aconteceu. Eu peço que sejam analisadas, pois vou levar o caso à Corregedoria da Polícia Militar”, finalizou.

Caos na ‘Maternidade de lona’

De fato, o caso ocorre em meio à crise enfrentada por pacientes da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, a principal maternidade de Roraima. Famílias relatam demora nos atendimentos, filas extensas e descaso com a saúde das mães e dos bebês.

Atualmente, a unidade funciona em uma estrutura improvisada que deixa a desejar, devido à uma obra na sede da maternidade que já dura três anos. Leia mais:

Citada

Em nota, a Sesau disse que a paciente só esteve na Maternidade uma única vez. Assim, o médico que realizou o atendimento constatou que bolsa amniótica da paciente se encontrava íntegra cefálica, com batimento cardíaco fetal normal, não havendo necessidade de internação na unidade.

Por fim, disse que, caso a paciente acredite que tenha sofrido negligência, deve procurar a Ouvidoria e denunciar.

Fonte: Da Redação

Bruna Alves

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