Sebastião César Monteiro dos Santos, de 50 anos, sofreu um acidente no dia 2 de outubro do ano passado e foi submetido a cinco cirurgias. À época, a família do paciente acusou o Hospital Geral de Roraima de operar uma perna por engano. Ele ainda precisa passar por outros três procedimentos, sendo um deles na região do quadril, para substituir uma placa por uma prótese. O homem reclama da demora pela operação, que já devia ter acontecido há muito tempo.
Segundo Sebastião, seu organismo está rejeitando a placa colocada no local há mais de um ano, o que tem lhe causado muitas dores. “Eles colocaram uma placa na minha bacia, no quadril, para um tempo tirar para colocar a prótese. Nisso, rejeitou. E eles falaram que isso ia acontecer. E agora eu estou correndo atrás. Estou indo em consultas. Eles disseram que já tinha que trocar, que as dores só eram causadas pela placa que está rejeitando”, explicou.
Sua última consulta aconteceu há mais de dois meses. Na ocasião, segundo o paciente, ele foi informado de que receberia uma ligação em uma semana para confirmar a cirurgia, o que até então aconteceu.
“Os médicos disseram para eu vir para casa, que com uma semana iam ligar para mim. Não passaram nem medicamentos, nem nada. E disseram que eu já ia fazer a cirurgia, e até agora nada”, disse.
Convivendo com dores constantes, ele faz um apelo para que sua cirurgia seja feita o mais breve possível. “Eu não estou suportando mais as dores. Já faz mais de dois meses que eu fiz essa última consulta no HGR. Essas dores estão insuportáveis e eu não estou aguentando”, ressaltou.
Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) disse que o paciente está inserido na fila única de cirurgias eletivas como prioridade 2 (não urgente). Informou ainda que Sebastião está dentro do prazo de espera e que deve aguardar o contato da unidade, que definirá a data da realização do procedimento cirúrgico, conforme vagas disponíveis, respeitando a ordem da fila e prioridades médicas do SisReg.
A reportagem contou a história de Sebastião César Monteiro dos Santos no dia 5 de outubro de 2023. Ele havia sofrido um acidente e passado por alguns procedimentos dias antes. À época, uma familiar do paciente disse que a avaliação médica constatou que o homem sofreu uma luxação no joelho e fratura na cabeça do fêmur direito.
A mulher relatou que após passar por uma cirurgia no joelho, ele foi transferiu para o Hospital Lotty Iris por falta de leitos. Sebastião só retornou ao HGR no dia seguinte para fazer uma nova cirurgia, agora, na região do quadril. Dois dias depois, o paciente contou sobre o ocorrido à familiar.
“Ele me disse que o médico plantonista passou na sala durante a visita, olhou para a sua perna esquerda, ficou agoniado, saiu e voltou com uma equipe. No isolamento mesmo tiraram os ferros que haviam colocado na perna que não havia nada. Falaram que foi erro médico quando perceberam que fizeram coisa errada. Então enfaixaram o joelho dele“, detalhou a mulher.
À época, a Sesau negou as acusações e afirmou que “não houve equívoco no tratamento do paciente”.
A empresa responsável pelos procedimentos ortopédicos no Hospital Geral de Roraima é investigada por desvio de verbas e suspeita de fraude.
Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal deflagrou uma operação para apurar existência de uma organização criminosa que teria atuado em fraude de licitações para serviços de traumatologia e ortopedia, resultando na adesão de uma ata de registro de preço licitada pelo Governo do Acre.
As investigações da PF indicam que a contratação ocorreu sem um estudo técnico preliminar que comprovasse a necessidade interna do serviço. E que ainda desconsiderou auditorias anteriores do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU) que indicaram suspeitas de direcionamento de licitação e superfaturamento da contratação da empresa pelo Governo do Acre.
Além disso, a Sesau ignorou a recomendação da própria Controladoria Geral do Estado de Roraima (Coger) para a não contratação destes mesmos serviços.
Por determinação da Justiça Federal, Cecília Lorenzon chegou a ser afastada do cargo de secretária, mas retornou 14 dias depois.
Em abril, o Tribunal de Contas da União (TCU) embargou o contrato de R$ 30 milhões da empresa com a Sesau e determinou a paralisação dos pagamentos.
Além disso, o órgão havia determinado diligências no contrato depois que os auditores identificaram relações suspeitas da empresa com outro contrato na mesma modalidade com o Governo do Acre.
No relatório, o TCU afirmou que a Sesau aderiu à Ata de Registro de Preços decorrente do pregão eletrônico sob exame. E então celebrou o contato com a Medtrauma no valor de R$ 30,2 milhões com a previsão de utilização de recursos federais, conforme consta no Diário Oficial.
Em outubro do ano passado, a Sesau prorrogou por mais um ano o contrato com a empresa. Agora a contratação vale até novembro deste ano.
O Tribunal de Contas do Acre (TCE-AC) denunciou a Medtrauma por suspeita de desviar dinheiro. O órgão cobrou da empresa a relação de todas as notas fiscais emitidas, assim como as respectivas medições. Também solicitou as notas de empenho e pagamentos no valor R$ 13 milhões.
A Polícia Civil de Mato Grosso investiga essa mesma empresa. A estimativa é de um desvio de R$ 35 milhões com o esquema naquele estado.
Fonte: Da Redação
De acordo com a Receita Federal, cerca de 220 mil contribuintes receberão R$ 558,8 milhões
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