O Hospital da Criança Santo Antônio conta com um bloco adaptado para atender aos crianças indígenas. O Bloco G tem capacidade de internação para 28 pacientes, espaços com redes, banheiros adaptados aos costumes, bem como quatro leitos-berços respiratórios. Da mesma forma, desde 2011 a unidade conta com tradutor da língua Yanomami.
De acordo com a Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV), desde janeiro deste ano a unidade atendeu mais de 21 mil crianças. O hospital recebe crianças dos 15 municípios além de migrantes guianenses, bem como venezuelanos. Ao todo, 40 especialidades são ofertadas na unidade.
“O Hospital é referência no norte do país, sendo o único que preserva os costumes dos povos indígenas, mesmo em atendimentos. São duas enfermarias, tendo uma com 9 lugares para redário, banheiros adaptados aos costumes e ainda a alimentação diferenciada para atender tanto o acompanhante, quanto a criança internada“, disse o representante da Coordenação Indígena , Rodrigo Danin.
Atualmente, dois tradutores não indígenas ajudam na comunicação das seis línguas dentro da etnia Yanomami. Da mesma forma, o bloco também recebe famílias das etnias Macuxi e Yekuana.
“Ver os indígenas chegando doentes e ajudar a traduzir tudo o que estão sentindo é uma responsabilidade muito grande. Fico o dia inteiro de segunda à sexta-feira. E quando pegam alta hospitalar, fico muito feliz em ter feito meu trabalho de maneira correta”, disse o tradutor e intérprete Richard Duque.
A nutricionista Thays Muniz é uma das profissionais que atua no Bloco G. Acima de tudo, seu principal trabalho envolve adaptar a alimentação no hospital, de forma que atenda às necessidades dos pacientes e suas famílias, respeitando a cultura dos povos indígenas.
“A alimentação deles é seca, proteína é peixe ou frango, farinha d’gua, arroz. Alguns até trazem a própria farinha e beiju. Eu autorizo essa entrada, pois eles aceitam repor vitaminas através de sucos e frutas. Conseguimos que as crianças também se alimentem de mingau”, afirmou.
Fonte: Da Redação
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