Saúde

Mãe perde bebê depois de passar quatro horas em pé com dor e sem atendimento na Maternidade, alega família

Após passar cerca de quatro horas em pé, apresentando cólicas, pressão alta e sangramento, Jamily Araújo Pereira, de 18 anos, que estava grávida de dois meses, acabou perdendo um bebê. É o que relata a mãe da jovem, Luciene Araújo.

Conforme Luciene, a gestante deu entrada na maternidade na noite do dia 25 de fevereiro, por volta das 23h. Ela não encontrou cadeiras para se sentar, tendo que permanecer em pé durante o longo período, agravando a situação. A mulher responsabilizou a Maternidade Nossa Senhora de Nazaré por negligência médica, tanto pela falta de atendimento imediato, quanto pela a falha na estrutura na unidade.

Ela começou a sentir dores e foram pra maternidade por volta de 23h. Chegando lá, mesmo falando que estava com muita cólica e contrações, só foram atender às 03h40 da manhã. Depois internaram porque viram que ela estava com princípio de aborto, contou Luciene.

Ainda de acordo com Luciene, a equipe médica da maternidade estava sobrecarregada, com apenas um profissional de plantão. Enquanto, isso, várias outras pacientes aguardavam atendimento de urgência. Após toda a longa espera na madrugada, no dia seguinte, depois das 10h da manhã, Jamily conseguiu fazer o exame de ultrassom, que confirmou o aborto. O resultado causo dor e desespero à jovem mãe.

“Perguntei na enfermaria os motivos de tanta demora, porque a médica ainda não tinha ido avaliar minha filha depois de tantas horas de espera…Depois, por volta de 10h30, chamaram ela para fazer uma ultrassom e não deixaram eu acompanhar. Quando acabou o exame minha filha veio chorando porque ela tinha perdido o bebê, foi muito triste”, lamentou.

A mulher cobra explicações e pede providências para evitar que outros casos semelhantes ao de sua filha não ocorram. “Estou denunciando isso, porque eu quero justiça! Quero que tomem providências, porque precisamos evitar que isso aconteça com outras mães. Precisamos chamar a atenção do Governo da Secretaria de Saúde, que fizeram uma maternidade de lona, depois uma reforma que gastaram milhões. Isso é o que me me revolta. Uma maternidade que não tem cadeira, não médico suficiente”, desabafou.

Outro lado

Procurada pelo jornalismo da 93FM, a Sesau alegou que a paciente chegou à Maternidade, 22h28, passou por coleta de exames e internada às 03h30 e seguiu para o leito às 03h48. Reiterou que na unidade haviam “12 pacientes na emergência, 24 cadeiras e oito poltronas disponíveis, o que não justifica a alegação de a paciente ter ficado em pé por horas”, trecho da nota.

Complementou que seis obstetras estavam na escala de plantão, sendo um médico residente, cinco enfermeiros obstetras. Informou também que a taxa de ocupação na mesma noite/madrugada nos leitos era de 53%, e no setor onde fora internada posteriormente haviam apenas 16 leitos ocupados de um total de 33.

Ainda conforme a Sesau, a paciente estava com oito semanas e três dias de gestação. Na caderneta da gestante constava apenas uma consulta pré-natal e sem apresentação de exames.

Por fim, disse que a “paciente passou por ultrassom que constatou o óbito fetal (que pelo tempo, já havia chegado à Maternidade nessa condição)”, finalizou.

Fonte: Da Redação

Josiele Oliveira

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