Mais um bebê morreu na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, também conhecida como ‘maternidade de lona’. A família relatou o caso à reportagem da Rádio 93 FM nesta terça-feira (2).
A mãe da criança, Kátia Kelly de 21 anos, deu entrada na unidade na última sexta-feira dia 28, contudo, só recebeu atendimento no sábado, após 12h. Ela estava grávida de 8 meses. Conforme o pai de Kátia, Edmar Santos, a filha sentia fortes dores e também tinha perda de líquido amniótico, por isso procurou atendimento na unidade.
“Passou até 22h para eles marcarem a cesárea. Quando eles então resolveram fazer, meu genro me disse que o bebe sofreu parada cardíaca fizeram procedimento nele e aplicaram adrenalina nele para ver se ele retornava. Então, o médico disse que ele estava bem. Já quando eram quase 6h da manhã do domingo, me ligaram e disseram ‘venha para cá imediatamente’. Quando a gente chegou lá me informaram que o bebê não tinha resistido”, disse o homem.
Além disso, Kátia que estava esperando o 1º filho, continua internada na maternidade e até esta terça-feira (2), a família não recebeu nenhuma informação da situação sobre a paciente nem sobre o corpo da criança.
“Por que não tirara o meu neto [ a tempo] quando ela começou a perder líquido, quando ela começou a sentir dores ou então, quando ela informou para a enfermeira ou médicos. Ou seja, eles esperaram 12h para tirar? Até agora, ninguém disse nada e tão pouco disseram algo pra gente. Minha filha nem viu o bebê. Uma criança que nasce com 40cm e que nasce com 1,9 kg, uma criança perfeita. Aí esperam 12h para fazer o procedimento e o erro é de quem? Ou tá na administração ou nos médicos, mas está em alguém”, desabafou o avô da criança.
Como resultado, a família do bebê vai acionar a Justiça sobre o caso.
“O meu neto agora está uma câmara fria. Agora, só vão liberar o corpo quando minha filhar sair da maternidade. Agora será outra dor, a minha filha sequer viu o filho. É coisa demais. Gostaria que a Saúde do Estado tivesse mais humanidade com a gente e um pouco de carinho com os pacientes que chegam, que observassem mais e dessem mais atenção”, finalizou.
A reportagem da Rádio 93 FM entrou em contato com a Secretaria de Saúde (Sesau) para posicionamento sobre o assunto. Por meio de nota, a Sesau negou a denúncia de negligência na unidade.
Disse também que a paciente tinha problemas na gestação como diabetes gestacional, infecção no trato urinário e leucocitose. Já sobre o corpo da criança, a unidade aguarda que a família faça o registro no cartório para a liberação para o sepultamento.
Dados da própria Secretaria de Saúde de Roraima (Sesau) apontam que o número chegou a 171 óbitos. O registro é o maior dos últimos 16 anos. Além disso, é quase 70% maior do que o registrado em 2022, que foi de 102 mortes. Ou seja, 69 a mais.
No ano passado, a reportagem registrou diversos casos que marcaram a sociedade envolvendo o descaso no atendimento de pacientes e a morte de crianças na unidade que ficou conhecida como maternidade de lona.
Um deles foi da gestante que chorou em desespero enquanto implorava por atendimento. Ela estava há vários dias na maternidade.
A então secretária de Saúde Cecília Lorezon, afirmou que a paciente estava ‘dando um show’. “Não tem superlotação. Tem uma fila de cirurgias, cujo critério é estabelecido pelo corpo médico, que avalia o que é prioridade. Acontece q tem pessoas q se prestam a dar show ao invés de respeitar os profissionais. Por fim, a título de esclarecimento, essa moça terá a cesárea realizada hj pela tarde”, escreveu em uma rede social.
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Fonte: Rádio 93 FM
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Tem alguma coisa errada, ninguém percebeu? Claro que o erro não é da mãe que perde seu filho. Falta de administração do Hospital, da SESAU , carência de pessoal . Não sei, que falta de humanidade.