O Roraima em Tempo teve acesso a relatórios de nutricionistas que apontam para diversas irregularidades na alimentação de pacientes do Hospital Geral de Roraima (HGR). A avaliação dos profissionais na principal unidade de saúde do Estado aconteceu entre junho e outubro deste ano.
Entre os problemas relatados nos documentos estão a falta de qualidade da comida e até alimentos vencidos. No dia 5 de junho, por exemplo, o almoço estava “ressecado”. Após as 12h20 do mesmo dia, o arroz e a salada acabaram e não houve reposição.
Os documentos também relatam poucas frutas nas refeições dos pacientes, péssima qualidade do frango e iogurte vencido. Outros itens apresentados nos relatórios são: substituição de cardápio sem aviso prévio, falta de higiene nas garrafas de suco e pães servidos apenas com manteiga.
No segundo relatório que o período de 1° a 8 de outubro, os nutricionistas relatam preparo de sucos com água quente, erro na quantidade de alimento servido aos pacientes, refeições oleosas, cardápio indígena inadequado e baixo efetivo de funcionários.
É destacado ainda, além da falta de copeira, o não uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como máscara e luvas, por parte da equipe que serve a alimentação.
No relatório do dia 27 de outubro consta a reclamação de uma marmita de frango assado estragada. A nutricionista foi até a unidade apurar a situação. Ainda no mesmo dia, dois pacientes apresentaram episódios de diarreias após o consumo da comida.
Já no dia 29 do mesmo mês, o relatório menciona que a sobremesa do almoço era laranja e a fruta apresentava uma aparência de estragada. Além disso, o documento cita que na área próxima à cozinha havia baratas, assim como em carrinhos de distribuição de alimentos.
A empresa responsável pelo preparo e distribuição da alimentação dos pacientes do Hospital Geral de Roraima recebe mais de R$ 19 milhões da Sesau. O extrato do contrato está publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) do dia 27 de outubro.
Além de preparar a comida de pacientes, a empresa também atende acompanhantes, servidores, doadores de sangue do sistema de saúde do Estado, além de fórmulas infantis para recém-nascidos.
A reportagem procurou a Sesau para pronunciamento. Por meio de nota, a pasta informou que cada unidade hospitalar da rede estadual possui um fiscal nutricionista pelo acompanhamento da produção dos alimentos recebidos nas unidades. Mensalmente, a secretaria recebe os relatórios e, a partir daí, a empresa é notificada a prestar esclarecimentos e saneamento das inconformidades apresentadas no documento.
A Sesau ressaltou ainda que, conforme a Coordenadoria Geral de Administração, a última notificação encaminhada pela pasta aconteceu no dia 29 de agosto, solicitando as devidas adequações.
Além disso, a secretaria afirmou que há um relatório emitido pelo Hospital Geral de Roraima no dia 18 de outubro que encontra-se sob análise da Sesau. “Caso necessário, a atual gestão fará a efetivação de nova notificação à referida empresa”.
A pasta esclareceu que a alimentação de servidores é diferente à dos pacientes, que segue “rígida dieta”. No caso dos servidores, os alimentos ficam expostos em local adequado que conserva a temperatura dos gêneros e há reposição. “Antes, a alimentação era servida em marmitas e a mudança ocorreu com a finalidade de eliminar desperdício que estava acontecendo”.
Por fim, a Sesau informo que todos os procedimentos da pasta estão públicos e abertos à consulta. Por exemplo, a população pode acessar o da alimentação hospitalar no Processo SEI 20101.020374/2023.15.
Fonte: Da Redação
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