A secretária Estadual de Saúde de Roraima, Cecília Lorenzon, não compareceu à audiência pública com o tema “Violência obstétrica e morte materna: panorama do sistema de saúde. A audiência aconteceu nessa terça-feira (18) na Câmara dos Deputados, em Brasília.
A participação de Cecília foi solicitada pela deputada federal Helena Lima (MDB-RR). Ela integra a Comissão Especial de Violência Obstétrica e Morte Materna. Dessa forma, a secretária deveria explicar os casos registrados no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth.
“Vivemos um colapso na saúde e uma constante violência quando mães e bebês são expostos a um atendimento precário. Além disso, nos primeiros 37 dias de 2023, Roraima registrou 28 óbitos de bebês. O número é maior que todo o ano passado, em que foram, registrados 20 óbitos. A secretária precisa prestar os esclarecimentos e quais providências que estão sendo tomadas para reduzir essa mortalidade de mães e bebês em Roraima, mas infelizmente ela não compareceu”, comentou Helena.
Contudo, no lugar de Lorenzon, o médico Edson Castro que é secretário adjunto da pasta compareceu. Ao participar de forma virtual, ele atribuiu os problemas registrados na única maternidade pública do Estado à migração de mulheres venezuelanas e indígenas que chegariam a Boa Vista em estágio final da gestação sem pré-natal adequado. No entanto, o gestor não apresentou as medidas que a Sesau estaria tomando para resolver o problema.
“Em 2022, o número de partos cresceu para 17.250, sendo 4000 de pacientes venezuelanas. Lá elas não tiveram oportunidade de ter um acompanhamento pré-natal, de ter toda uma orientação com relação à obstetrícia, com relação à gestação. E isso repercute muito quando chegam na maternidade, quando chega já no momento de ter o neném. Muitas vezes com as complicações, muitas vezes com doenças infectocontagiosas, sífilis, DST, Aids, que vão refletir na questão da morte materna”, explicou Edson.
Por fim, para Helena Lima, a precariedade do atendimento na maternidade improvisada, que a população chama de “maternidade de lona”; o déficit de profissionais; a constante falta de medicamentos e materiais médico-hospitalares e a superlotação são fatores que contribuem para o elevado número de mortes de mães e bebês, além dos casos de violência obstétrica denunciados frequentemente na imprensa.
“Já ofereci ao governo destinar recursos de emendas parlamentares para construir uma nova maternidade em Boa Vista, mas a informação que recebi é que não faltam recursos para a saúde, então vou intensificar a fiscalização em Boa Vista, e propor debates e políticas públicas sobre o tema aqui nesta comissão”, ponderou a parlamentar.
Fonte: Da Redação
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