O Delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva disse em entrevista nesse fim de semana, que o Governador Antonio Denarium (PP) ‘está envolvido até o pescoço’ com a crise humanitária Yanomami.
Conforme Alexandre Saraiva, a situação dos indígenas é resultado de uma organização que concentra então, omissão e poder.
“O Governador de Roraima está envolvido até o pescoço. Essa semana saiu na imprensa, descobriram que ele é sócio de um frigorífico. Foi multado várias vezes pelo Ibama […] Ele concedeu terras na área Yanomami para exploração de gado. […] Então, se trata de uma organização que tomou o estado e isso tem que acabar. disse.
Do mesmo modo, Saraiva disse, que a saída seria a intervenção Federal.
“O que teria legitimidade para justificar uma intervenção federal num estado, do que o genocídio de um povo em pleno andamento com a participação direta do governador do estado há muito tempo?”, disse.
Comissão que acompanha a crise Yanomami
Da mesma forma, Alexandre também comentou sobre a escolha da comissão de senadores que acompanham a crise Yanomami.
“Quem é o presidente? Chico Rodrigues. Conhecido defensor de garimpeiros. E tem mais, Mecias de Jesus, um outro que adora defender madeireiro e vive assim criticando o trabalho da Polícia Federal […]” disse.
Indicados ao Dsei
Em janeiro a reportagem publicou matéria sobre a influência de Mecias no Dsei-Yanomami e a omissão por parte do senador. Os três últimos dirigentes do órgão são indicações de pessoas ligadas a ele.
O mais polêmico deles foi Rômulo Pinheiro de Freitas, que teve a gestão marcada por cobranças e manifestações dos indígenas.
Mas antes de Rômulo, Mecias havia indicado Francisco Dias Nascimento Filho. E depois de Rômulo, quem assumiu o DSEI-Y foi o ex-vereador de Mucajaí, Ramsés Almeida. Também indicação de Mecias de Jesus.
Desvio de verba e medicamentos
No dia 30 de novembro do ano passado, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram a Operação Yoasi, onde cumpriram mandados de busca e apreensão na empresa Balme Empreendimentos. O intuito era investigar desvio de medicamentos no Dsei Yanomami.
Um relatório do Ministério da Saúde (MS) apontou um desvio de cerca de 90% nos medicamentos no Dsei-Yanomami. O órgão divulgou o documento no dia 7 de fevereiro.
De acordo com o MS, em um dos processos a empresa Balme Empreendimentos recebeu R$ 1.072.985,66. Contudo, forneceu medicamentos referentes a R$ 108.413,89. Ou seja, forneceu apenas cerca de 10% pelo valor que recebeu.
Entenda
Pela falta destes remédios e insumos, muitas crianças morreram. A empresa que a PF investiga também é investigada por desvio de verbas da Covid-19 na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
A empresa até mudou de nome depois da repercussão da CPI da Saúde na mídia local, onde, do mesmo modo, passou por investigação.
Crise humanitária
Relembre
Em janeiro o presidente Lula (PT) veio a Roraima acompanhar de perto a situação sobre a saúde dos indígenas Yanomami. Ele descreveu como ‘desumano’ o cenário após visita à Casa de Apoio Indígena (Casai) em Roraima.
Dessa forma, o Governo Federal iniciou medidas para combater o quadro de desnutrição grave e outras doenças. Além disso, existem também operações para a retirada de garimpeiros em terras indígenas.
Fonte: Da redação com informações da TV 247