Pintura desgastada, telhas quebradas, salas de aula sem climatização adequada, infraestrutura precária: essa é a realidade da Escola Estadual 1º de Maio, localizada na Vila do Equador, município de Rorainópolis.
Quem relatou essa situação foram pais de alunos, que devem voltar às aulas nesta próxima segunda-feira, dia 27. No entanto, por conta dos problemas estruturais da unidade, resolveram se mobilizar para impedir o retorno.
Junior Alho, por exemplo, já mora há 13 anos na comunidade. Ele é pai de um estudante e afirmou que a escola nunca recebeu reforma.
“Toda vez que chove, molha dentro da escola, as salas de aula. Meu filho estuda lá nessa escola e vamos iniciar o ano letivo com uma escola precária, sem a infraestrutura adequada para ter um ano letivo. Isso é muito triste. Não é só eu. Tem muitos paizinhos já pensando em fazer a paralisação total da escola, não enviar o filho mais a escola porque a qualquer momento pode acontecer algo trágico”, disse.
Em imagens encaminhadas à reportagem, é possível perceber o abandono. As janelas enferrujadas, forros com buracos, paredes descascadas e com rachaduras mostram um pouco de muitos outros problemas.
Nesta quinta-feira (23), foi realizada uma reunião de pais de mestres. Na ocasião, eles decidiram que vão “passar o cadeado” na escola, uma vez que a infraestrutura da unidade apresenta risco para os estudantes.
“A situação da escola é crítica. Ela está praticamente caindo. O teto não presta, aliás, ela toda não presta, ela está cheia de rachadura. Já veio um pessoal do Governo já tem uns 2 anos e meio, 3 anos e vieram condenar a escola. Disseram que ali não dava para fazer reforma, era demolição”, explicou Carmozina de Sousa Lima, mãe de aluno.
Quadra poliesportiva
A quadra poliesportiva da unidade é onde ocorre não só os eventos da escola, mas de toda Vila do Equador. Da mesma forma, ela também é o refúgio de professores e alunos que sofrem com o calor excessivo das salas de aula em dias quentes.
Mas como todo o restante da unidade, ela também apresenta problemas estruturais, como a falta de parte do telhado. Ou seja, quando chove, não há para onde correr.
“No Dia das Mães do ano passado estava senador, deputado, entendeu? E estava chovendo. Eu não fui lá não também por causa da chuva. Na hora da chuva estavam todos lá. Só fizeram se esconder, cada qual entrou nos seus carros e foram embora. Foi só isso que aconteceu. Ninguém disse nada, que ia fazer alguma coisa, nada. Aqui a gente está à mercê”, compleou Carmozina.
Junior Alho, por fim, fez então um apelo ao governador Antonio Denarium (PP) e às demais autoridades: que olhem para os moradores da Vila do Equador. “Tenham bom senso. Tenham compaixão com a gente […] Vamo fazer um manifesto. Vamos passar o cadeado na escola”, disse.
O Roraima em Tempo entrou em contato com o Governo do Estado, mas não teve resposta até a última atualização desta reportagem.
Por Lara Muniz