Já chegamos no meio do ano. É o período mais turbulento nas bilheterias do cinema, no bom sentido. Afinal, o verão americano é o cenário ideal para os grandes candidatos a blockbuster. Junho já começou bem desde o primeiro dia, com o lançamento de um novo Homem Aranha, e continuou com um outro Transformers. Nesta semana, tem o aguardadíssimo The Flash; e, até o fim do mês, tem a nova animação da Pixar e o último Indiana Jones. E sai de baixo em julho, porque tem briga entre Barbie e Oppenheimer, cada um com um tipo diferente de hype.
Enquanto a temperatura sobe, vamos saber quais as maiores bilheterias de 2023 até agora, segundo o medidor do site Box Office Mojo? Claro que as chances de mudar esse ranking são enormes após o fim da temporada de férias. Mesmo assim, é interessante conhecer o cenário atual antes e tentar adivinhar quem fica e quem sai do Top 10. A questão é: algum filme vai bater o primeiro lugar? Confira e tente adivinhar também.
10. PÂNICO VI
Bilheteria: quase 169 milhões de dólares
É a maior bilheteria da série nos EUA – no mundo, continua sendo o original de 1996. Esses números mostram o quanto Pânico VI mantém o interesse do espectador no Ghostface, evitando o desgaste da série Premonição, por exemplo. E isso, vejam só, sem a Sidney Prescott, protagonista da série e uma das grandes final girls do terror. Assim, com esse sucesso todo, pode aguardar pelo próximo assassino mascarado. Ainda não vi nenhuma notícia, mas esse final já conhecemos.
9. DUNGEONS & DRAGONS: HONRA ENTRE REBELDES
Bilheteria: quase 208,2 milhões de dólares
Fracasso e um baita prejuízo. Mas como, se Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes está no Top 10? Por causa do preço: 150 milhões de dólares de orçamento, o que exigiria uma tonelada de bufunfa como retorno – uns 300 milhões, fora o marketing. O que é uma pena, pois essa nova versão tenta riscar da nossa memória aquela atrocidade do ano 2000. É uma aventura bacana, com bons efeitos e um elenco com um ótimo timing. Desse a crítica gostou, inclusive.
8. CREED III
Bilheteria: 274,5 milhões de dólares
O próprio boxeador Adônis comanda o próprio show no terceiro filme. Calma, é que o ator Michael B. Jordan também acumula a função de diretor desta vez. E faz bonito. Embora não alcance a qualidade do primeiro filme, é melhor que o segundo, sim. Especialmente para uma obra que não tenta mais pesar na nostalgia da saga Rocky. Além disso, é a maior renda da trilogia do filho de Apollo, que, por enquanto, é a única série esportiva rentável da atualidade.
7. HOMEM ARANHA: ATRAVÉS DO ARANHAVERSO
Bilheteria: 320,2 milhões de dólares
Olha quem já apareceu aqui com apenas duas semana em cartaz! Homem Aranha: Através do Aranhaverso teve uma abertura extraordinária nas bilheterias, pela expectativa nas alturas deixada pelo prestigiado (e premiado) filme anterior. E já digo logo: é o MELHOR FILME DO ANO até agora, seja animação, seja live-action. Um mosaico de vários estilos distintos de animação de fazer cair o queixo. Enfim, merece vida longa nas telas e, quando acabar o ano, fechar no Top 3.
6. A PEQUENA SEREIA
Bilheteria: 418 milhões de dólares
Outro que ainda não saiu do prejuízo, mesmo estando no Top 10 das bilheterias. Isso porque o orçamento de 250 milhões de dólares não ajuda. Uma aposta para lá de arriscada, mesmo sendo o remake de um clássico da animação e o responsável pelo Renascimento da Disney. Quanto ao lançamento em si, a reação é mista. Uns amaram (até mais que o original), outros nem tanto (estou desconsiderando os haters de Halle Bailey). Então, ainda dá tempo da Ariel emergir?
5. JOHN WICK 4: BABA YAGA
Bilheteria: 428,2 milhões de dólares
Outra saga querida pelo público que tem no filme de 2023 sua maior arrecadação. Afinal, nenhum dos anteriores chegou na casa dos 400 milhões, enquanto este aqui a ultrapassou. A saga do personagem já icônico de Keanu Reeves eleva o gênero tiro-porrada-e-bomba a outro patamar, agregando lança-chamas, espadas, atropelamentos e o que mais encontrarem pelo caminho. Assisti em IMAX e fiquei tonto com tanto rodopio e tanta morte. Adorei!
4. HOMEM FORMIGA E A VESPA: QUANTUMANIA
Bilheteria: 476 milhões de dólares
O primeiro filme da Fase 4 do Universo Cinematográfico Marvel não cumpre o sucesso prometido. Deveria superar o meio bilhão, mas fechou o caixa no “quase” (e sendo bem generoso). O nome do estúdio não foi o suficiente para dar fôlego a um dos filmes mais bobocas da Marvel Studios. Prosseguindo a onda do multiverso, Quantumania diverte, mas pelos motivos errados, que são os diálogos ridículos e efeitos especiais no estilo Pequenos Espiões 3D.
3. VELOZES E FURIOSOS 10
Bilheteria: cerca de 654 milhões de dólares
Desde Velozes & Furiosos 5: Operação Rio, a saga mais “mentirosa” do cinema nunca saiu do Top 10 nas bilheterias anuais (exceto o spin-off Hobbs & Shaw, que ficou em 11º lugar em 2019). Vin Diesel continua achando que está encabeçando uma obra-prima cinematográfica, mas o público sabe encarar V&F do jeito que ele realmente é: uma zueira abestalhada, exagerada e muito, mas muito divertida. O único problema é que é o mais caro da saga, mas ainda tem tempo de se pagar.
2. GUARDIÕES DA GALÁXIA: VOL. 3
Bilheteria: cerca 807,2 milhões de dólares
Este foi o raro caso em 2023 de orçamento alto e arrecadação idem. O terceiro longa da turma mais bizarra da Marvel custou 250 milhões de dólares (mesmo valor de A Pequena Sereia) e já passou do triplo. Vendido como o fechamento da trilogia, Guardiões da Galaxia Vol. 3 investe em efeitos legais, emoção e um bom roteiro (mesmo com aquele tratamento com Adam Warlock). Ainda tem um elemento adicional: é o último filme de James Gunn antes de Superman: Legacy, da DC.
1. SUPER MARIO BROS: O FILME
Bilheteria: 1 bilhão e 315 milhões (e uns quebrados) de dólares
30 anos depois de lançar uma bomba nuclear sem precedentes, Hollywood finalmente se redime com o personagem-símbolo da Nintendo. Super Mario Bros: O Filme é um prato cheio tanto aos fãs dos games antigos quanto à garotada de hoje. A bilheteria estrondosa corrobora isso, com o primeiro bilhão do ano. O formato de animação e a fidelidade ao material original não dão limites à nostalgia imaginativa. E muitíssima gente pagou para matar essa saudade. Quem diria, hein?
Júnior Guimarães é jornalista e escreve a coluna Cinema em Tempo. Toda semana aqui no Roraima em Tempo temos uma análise sobre o mundo cinematográfico. No Youtube, Júnior tem um canal onde faz críticas e avaliações sobre cinema.