O mês passado entrou para a história de Hollywood, mas de forma negativa. Isso porque várias grandes promessas para o verão americano de 2023 não passaram de promessa mesmo. Com exceção de Homem Aranha: Através do Aranhaverso, que estreou em 01/06 e já ultrapassou os 600 milhões de dólares nas bilheterias, o mês de junho de 2023 é um acúmulo de decepções nas bilheterias.
“Lanterna” da série
Começa com o filme-tema da semana passada na coluna, The Flash, apesar de não ser o maior fracasso da temporada (vou chegar lá). Não me aprofundarei porque já tem uma matéria inteira dedicada ao herói velocista (nesse texto aqui). Basta relembrar que a obra foi planejada para ser o blockbuster da DC do ano e continua naufragando, sem se pagar ainda. Pior é que, na semana anterior, tivemos a estreia de Transformers: O Despertar das Feras, com menos hype e mais de 130 milhões de dólares de diferença positiva.
Só que isso não é necessariamente um elogio para o novo filme dos robôs alienígenas. Afinal, sua renda ainda nem alcançou a de Bumblebee (2018), que tinha a menor bilheteria da saga até então – 467 milhões de dólares. Tudo indica que O Despertar das Feras deve tomar o posto de “lanterna” da série Transformers. Seus concorrentes de peso eram Através do Aranhaverso (lançados na semana anterior) e A Pequena Sereia (que já estava na terceira semana). E ambos estão acima do longa dos robôs, que é mais recente.
Só um milagre
Nem a Pixar escapou da nuvem carregada de junho. Elementos teve a pior estreia da história do estúdio. A bilheteria até vem se mantendo mais estável que a da concorrência, com quedas bem baixas nas semanas seguintes na venda dos ingressos, mas é pouco para quem começou tão mal. A situação, que tem muitas variantes, renderia um outro textão a lá The Flash. Porém, prefiro só adiantar que a Pixar está mal das ideias desde a saída (justificada) de John Lasseter do comando criativo. Elementos mostra que o problema de Lightyear no ano passado não era do personagem, mas de uma crise empresarial real.
Se já é difícil dizer isso da Pixar, que nasceu nos anos 1990, imagine do maior herói de aventuras de todos os tempos. Pois é: Indiana Jones e a Relíquia do Destino também não se sustentou. E este caso é ainda mais grave, pois o projeto custou mais de 300 milhões de dolares (!) e sua estreia nem chegou na metade disso. Para se ter uma ideia da bomba, a Disney precisaria de uma bilheteria superior a 800 milhões para evitar algum prejuízo. Agora pergunto: qual a chance de chegar neste valor, se o filme não está conseguindo nem um quarto disso? Só um milagre tiraria de A Relíquia do Destino o título de maior fracasso… do ano! Triste fim para nosso querido Indiana Jones.
Promessas em julho
De fato, o único lançamento de junho que saiu ileso disso foi o segundo Aranhaverso. A animação da Sony está firme no Top 5 das bilheterias mundiais, já tendo se pagado no primeiro fim de semana. O restante decepcionou, alguns de forma surpreendente. Pensando nisso, fica a dúvida: será que Oppenheimer e Barbie passarão de promessas, em julho? Porque se a Pixar, Flash, Transformers e Indiana Jones não conseguiram se sobressair, o que garante que a famosa boneca e o novo de Nolan (que não atingiu a meta com Tenet) o farão? Confio mais no novo Missão: Impossível.
Vamos ver o que julho nos aguarda. Vamos ver se o sol volta a entrar nas janelas de Hollywood.
Júnior Guimarães é jornalista e escreve a coluna Cinema em Tempo. Toda semana aqui no Roraima em Tempo temos uma análise sobre o mundo cinematográfico. No Youtube, Júnior tem um canal onde faz críticas e avaliações sobre cinema.