O programa Família que Acolhe (FQA) é uma das principais políticas públicas de atenção à primeira infância desenvolvidas em Roraima. Criado em 2013 já ocorreu quase 30 mil acompanhamento de gestações. Em cada uma delas, histórias que envolvem desafios, inseguranças, alegrias, tristezas e todos os sentimentos que fazem da maternidade um momento único e especial.
Uma dessas histórias que traduzem a essência do FQA é da jovem Alice Oliveira, de 20 anos, mãe do pequeno Lucas, de 1 ano e 8 meses. Ela ficou grávida aos 17 e encontrou no programa o suporte que precisava em meio a muitos conflitos da maternidade na adolescência. Por indicação de sua comadre, conheceu o FQA aos quatro meses de gestação, buscando orientações e, acima de tudo, um ombro amigo, visto que toda a família mora em Manaus (AM). Além disso, no quinto mês de gravidez, rompeu com o marido, mas seguiram amigos.
“Não queria engravidar com dezessete anos. Me achava muito nova para ter um filho. Não estava preparada. Quando cheguei ao FQA fui bem acolhida e com muito diálogo passei a aceitar minha gravidez. […] Não me sentia mais sozinha! Então, o programa é como se fosse uma segunda família para mim”, disse.
‘Aprendizado valioso no programa’
Assim, Alice contou, ainda, que o aprendizado obtido durante esses anos de acompanhamento foi valioso e será aplicado durante toda a vida. “É uma equipe muito sensível. Desde o início me recebeu de braços abertos, com sorriso no rosto, preocupada com meu bem-estar e do meu bebê. O programa me deu todo o amor e carinho que eu precisava durante a minha gestação”, relatou.
De acordo com a Prefeitura, em setembro, o Programa Família que Acolhe completa 10 anos. E reforça o compromisso da Prefeitura de Boa Vista em oferecer atendimento humanizado às gestantes e crianças com até seis anos de idade. Além dos encontros da Universidade do Bebê (UBB), que acontecem a cada 15 dias, as beneficiárias recebem enxovais no final da gravidez, 3 latas de leite por mês para crianças de 1 aos 4 anos de idade completos e a creche é garantida conforme a assiduidade da família.
Descentralização do programa
Além disso, em maio de 2021, ocorreu a descentralização do programa. Os Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) distribuídos na capital ofertam o programa. Fator que permitiu mais comodidade às beneficiárias, com atendimentos próximos de casa. Além disso, o programa passou a contar com visitas domiciliares.
Referência
Por desenvolver um trabalho pioneiro no país, Boa Vista tem o título de capital da Primeira Infância. Desde então, já recebeu prêmios e visitas técnicas de comitivas de vários estados brasileiros e do mundo, que querem ver de perto o que é desenvolvido aqui.
A capital sediou em 2022 o 1° Encontro da Rede Urban 95 no Brasil, contando com a participação de todos os prefeitos do Brasil, momento em que Boa Vista foi apresentada como modelo de gestão que investe e prioriza a primeira infância. O município também conta com a parceria com a Fundação Bernard Van Leer, instituição holandesa que se uniu à prefeitura em 2018, visando projetos urbanísticos, ações e serviços voltados aos pequenos.
Virou Lei
Em julho deste ano, o presidente Lula instituiu, por meio da Lei n° 14.617, o mês de agosto como “O Mês da Primeira Infância”. A ideia é mobilizar todo o país para que promova ações de conscientização sobre a importância da atenção integral às gestantes e às crianças de 0 aos 6 (seis) anos de idade e a suas famílias, em todo o território nacional.
Além disso, dentre os objetivos da Lei estão: amplo conhecimento sobre o significado da primeira infância à família, à sociedade, aos órgãos do poder público, aos meios de comunicação social, aos setores empresarial e acadêmico, entre outros; ênfase nas ações de promoção de vínculos afetivos saudáveis, de nutrição, de imunização, do direito de brincar e de prevenção de acidentes e doenças na primeira infância; educação continuada e valorização dos profissionais que atuam com crianças na primeira infância e com suas famílias.
Fonte: Da Redação