Se você percebe que está vivenciando uma tristeza profunda sem uma causa aparente, dificuldade injustificada de sair da cama, preferindo ficar a sós no escurinho do seu quarto, em vez de tocar sua vida normalmente, isso é um sinal vermelho acendendo para alertar de que algo não vai muito bem com a sua mente. Mas não confunda com aquela tristeza passageira, que se origina de alguma situação de perda de ente querido ou de motivos reais que nos deixam entristecidos.
A depressão se caracteriza por ser uma emoção difícil de lidar, não só pela dor que causa, como também pelos fatores que levaram até ela. Esse transtorno da mente, tem como forte característica a tristeza excessiva sem um motivo justificado, o qual leva a perda no interesse em coisas que antes pareciam agradáveis. A pessoa fica totalmente desmotivada, sendo muito persistente, de modo que, não importa o que faça, ainda assim continuará se sentindo triste, vazia e sem perspectiva de futuro, o que em casos mais graves, pode leva-la ao suicídio.
Estudos apontam que uma em cada três pessoas passará por um grande episódio depressivo em algum momento de suas vidas. Ainda, a maioria dos casos de depressão são considerados leves. Porém, uma em cada dez pessoas, terá um episódio moderado ou grave. Ou seja, estamos lidando praticamente com uma epidemia de pessoas depressivas. Por isso, o assunto tem de ser debatido, explicado e levado sem tabus para todos.
Precisamos ficar atentos aos seus sintomas, que podem ser tanto psicológicos (mente), quanto físicos. Os sintomas psicológicos mais frequentes são: tristeza ou angústia durante grande parte do dia, se estendendo por várias semanas seguidas; perda de interesse (desmotivação) em atividades que costumava dar prazer; pensamento lento ou falta de concentração que pode impedir tomadas de decisões e trabalhar com eficiência; pensamentos recorrentes de culpa ou desmerecimento; acreditar que a morte ou a automutilação melhorariam a situação de tristeza em que se encontra. Já os sintomas físicos mais comuns são: perda ou aumento de apetite repentinos; perda da libido (desejo sexual); sentir-se sem energia mesmo sem praticar atividade física (cansaço sem ter feito esforço algum); dormir pouco ou muito mais do que o habitual; diminuição no ritmo e intensidade de tarefas cotidianas; falta de cuidados com a própria higiene; falar pouco e lentamente; chorar excessivamente, em alguns casos mesmo sem motivo aparente. Vale ressaltar que a pessoa não precisa apresentar todos os sintomas para ser diagnosticada com depressão.
Entender que está precisando de ajuda é fundamental e, que essa ajuda, deve ser buscada com urgência junto aos profissionais da Psicologia, os quais farão uma avaliação criteriosa e, dependendo da gravidade, poderão encaminhar também o (a) paciente para acompanhamento psiquiátrico, o qual deverá ser feito concomitantemente com a Psicoterapia. No entanto, a Psicoterapia e o tratamento medicamentoso receitado pelo Psiquiatra, devem vir acompanhados por algumas estratégias comportamentais (dicas), para que a pessoa aprenda a lidar com os sentimentos dessa doença: Construa uma rede de apoio com familiares e amigos. Conte a verdade sobre o que você está passando; reduza o estresse ao máximo, pois um hormônio chamado cortisol que é produzido nos momentos de estresse, e um grande vilão para desencadear a depressão; busque dormir melhor e cuide de vivenciar momentos bem-humorados, ambos produzem hormônios da satisfação; os hábitos alimentares saudáveis guardam íntima relação na prevenção de quadros depressivos; aprenda a lidar com os pensamentos negativos, pois estes são grandes aliados da depressão, por isso a Psicoterapia nesse momento se torna uma boa opção para aprender a lidar com eles; fuja da procrastinação, ficar adiando a ida a uma consulta com o Psicólogo só fará com que o problema vá aumentando e ficando fora de controle; aumente seu hormônio do prazer/felicidade naturalmente (serotonina), pratique atividades físicas ao ar livre com amigos, faça caminhadas, enfim, mexa-se.
Entenda que sair da depressão exige que você cuide da sua saúde mental com muita atenção, portanto, não se deixe para um segundo plano, pois jamais isso será uma atitude egoísta, mas sim, o amor consigo mesmo (autocuidado).