Indiana Jones é o maior herói de aventuras de todos os tempos e um dos personagens mais simbólicos do cinema. Pena que a geração atual não queira saber disso. Afinal, o novo Indiana Jones e a Relíquia do Destino foi lançado no final de junho e, até agora, não alcançou metade do que deveria. Para se ter uma ideia da baixa procura, ele já será ultrapassado por Megatubarão 2, que estreou em agosto. Além disso, já entrou para a história como exemplo de baita prejuízo para um estúdio, por causa do orçamento gigante. Triste fim para um personagem que, um dia, já foi sinônimo de sucesso.
Esse fracasso, porém, não apaga a memória da arte. Na década de 1980, Indiana Jones deixou sua marca na cultura pop e mostrou ao mundo como fazer uma cinessérie bacana e divertida, sem precisar de mensagens subliminares ou lições de moral. Apenas a boa e velha busca por algum McGuffin, que é a peça valiosa procurada pelo Indy em cada filme (em Os Caçadores da Arca Perdida, por exemplo, o McGuffin é a Arca da Aliança).
Com a saga devidamente assistida, fiz um ranking com os cinco filmes da série Indiana Jones, classificados do pior ao melhor, na minha opinião. Boa leitura!
5. INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL (2008)
Parece que o maior herói de aventuras de todos os tempos não se adequou muito bem ao século XXI. Mesmo assim, seu retorno após quase vinte anos é uma atração bacana, na busca de um artefato que desperta uma curiosidade mística. Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal mostra o velho Indy mais velho, mas ainda com fôlego para encarar mais uma turba de fanáticos por um elemento comum. Só tem três grandes problemas: a falta de charme da série, o roteiro pouco plausível e o péssimo desenvolvimento da vilã de Cate Blanchett. Se ignorar tudo isso, vai se divertir.
4. INDIANA JONES E A RELÍQUIA DO DESTINO (2023)
A suposta despedida do personagem é o que menos se parece com um Indiana Jones autêntico (talvez pela falta de Spielberg). Mas a ação é bem movimentada e tem uma trama interessante sobre as possibilidades temporais de um dos melhores McGuffins da saga. Indiana Jones e a Relíquia do Destino tem um final emocionante, especialmente para quem gosta de História e Arqueologia. O ponto negativo é a narrativa arrastada e a rendição à computação gráfica. Assim, chegamos a uma conclusão: que o Indy bom é o Indy mais pé-no-chão e, melhor, batendo em nazistas.
3. INDIANA JONES E O TEMPLO DA PERDIÇÃO (1984)
De todos os filmes, Indiana Jones e o Templo da Perdição é o que tem a aventura mais, digamos, isolada. Afinal, sua busca pelas pedras de Sankara não obedece a nenhuma regra em comum com os outros longas, já que são os próprios nativos de um local remoto que dão essa missão ao arqueólogo. É, também, o filme que tem o parceiro mais inusitado de Indy: o pequeno Short Round, interpretado por Ke Huy Kwan, quase 40 anos antes do Oscar por Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. Mesmo bem inferior ao original, é bem feito e proporciona muita adrenalina.
2. INDIANA JONES E A ULTIMA CRUZADA (1989)
Nenhum parceiro de Indy se compara a seu próprio pai: o Dr. Henry Jones. Não apenas por causa do roteiro eficiente, mas também pela atuação impagável de Sean Connery e a química perfeita com Harrison Ford. Além de ser um grande encerramento de trilogia, Indiana Jones e a Última Cruzada foi um dos melhores filmes do fim da década de 1980, com cenas icônicas e que retoma o misto de tensão e o humor impagável do primeiro filme, com um artefato que eu considero o melhor McGuffin de todos: o Cálice Sagrado. Só está em segundo porque não dá para superar…
1. OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA (1981)
A estreia de Indiana Jones no cinema inaugurou o cinemão da década de 1980, com uma aventura que virou modelo para todos os filmes de aventura que vieram depois. Os Caçadores da Arca Perdida é fruto inicial das mentes criativas dos dois maiores nomes do cinema blockbuster da época: Steven Spielberg e George Lucas. Um equilíbrio perfeito de vários gêneros em um só pacote, protagonizado por um ator que nasceu para o papel, com Harrison Ford em uma combinação ainda mais icônica que Han Solo, em Star Wars, e uma música-tema inesquecível. É o auge dele, de Spielberg e do cinema de verdade. E é o auge da série Indiana Jones até hoje.
Júnior Guimarães é jornalista e escreve a coluna Cinema em Tempo. Toda semana aqui no Roraima em Tempo temos uma análise sobre o mundo cinematográfico. No Youtube, Júnior tem um canal onde faz críticas e avaliações sobre cinema.