Após o novo aumento da gasolina anunciado pela Petrobras nesta semana, o boa-vistense já precisa desembolsar até R$ 6,49 para abastecer nos postos da capital.
Um levantamento de preços feito pelo Roraima em Tempo hoje (27) mostra que a média de valores em bairros da zona Norte e Sul da capital está sendo de R$ 6,30.
Porém, isso muda, caso o cliente pague no cartão de crédito. O preço mais alto foi registrado no bairro São Vicente, onde o valor é de R$ 6,49. À vista ou no dinheiro, o cliente paga R$ 6,39.
De acordo com a Petrobras, os ajustes são feitos “para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento”.
Só em 2021 a gasolina teve 73,4% de acréscimo nas refinarias, enquanto o diesel já registra um aumento de 65,3%. A alta do dólar, provocada pelas medidas do Governo Federal, acelera a escalada dos preços.
Gasolina mais em conta
Mas ainda há postos com combustível mais em conta. É o caso de um posto no bairro São Francisco, onde a economia é de 15 centavos. Os clientes pagam R$ 6,24 pela gasolina comum. Se for no crédito o produto custa R$ 6,37.
Este é o 11º aumento no combustível feito pela Petrobras. Agora, o preço médio do litro da gasolina nas refinarias passou de R$ 2,98 para R$ 3,19. Enquanto que o diesel subiu de R$ 3,06 para R$ 3,34.
Antes do novo aumento, a reportagem mostrou que o preço mais baixo em um dos postos de Boa Vista era de R$ 5,87, ou seja, 37 centavos a mais em um mês.
Devido às oscilações, uma funcionária de uma organização não governamental, que preferiu não ser identificada, disse detalhou algumas estratégias para economizar na hora de abastecer.
“Assim que eu recebo, eu tento abastecer e encher o tanque porque nunca se sabe quando vai aumentar de novo. Com certeza é o meu maior gasto. Mais do que minha alimentação”, contou.
Ela fala que o valor para encher o tanque chega a R$ 300. Por conta disso, tem usado menos o carro.
ICMS
Para driblar os altos preços, uma das propostas em discussão é a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A taxa estadual faz parte da composição de preço da gasolina.
Conforme a Petrobras, o imposto é a segunda maior parcela na hora de compor os preços, cerca de 27,7% do valor. Em primeiro lugar está o valor da refinaria, 33,4%.
No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desafiou os governadores a zerarem o ICMS sob o produto. Como resultado, ele também zeraria os impostos federais. Em Roraima, o ICMS é de 25%, um dos mais baixos do país.
O governador Antonio Denarium (PP) prometeu reduzir o imposto. Contudo, em agosto deste ano, após declarações do presidente que atribuía o alto preço da gasolina ao ICMS, Denarium mudou o discurso.
Já no dia 7 de setembro deste ano, quando um manifestante cobrou do governador a redução do ICMS, Denarium se limitou em responder: “estou trabalhando para atender a todos”.
No mesmo mês, durante inauguração da Usina Termelétrica de Jaguatirica II, a população voltou a cobrar a redução do ICMS. Contudo, até o momento, o Governo de Roraima não enviou projeto de lei para reduzir o imposto.
Citado
A Secretaria de Comunicação Social do Governo, informa que Roraima cobra a menor alíquota de ICMS sobre a gasolina do país e que ela é a mesma desde 1993. O imposto é o mesmo nos últimos 28 anos.
Esclarece que somos favoráveis a uma menor carga tributária, mas nenhum estado pode decidir pela redução de alíquota de ICMS, pois essa decisão cabe ao Conselho Nacional de Política Fazendária, o CONFAZ, e precisa de aprovação unânime para ser feita.
Importante também esclarecer que quem define o preço de combustíveis é a Petrobras, e não os estados. Embora o preço do combustível tenha registrado aumento nos últimos 12 meses, Roraima não aumentou nesse período o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o tributo que incide sobre a gasolina.
Vale ressaltar, ainda, que o Governo do Estado de Roraima é favorável ao projeto encaminhado pelo presidente Bolsonaro ao Congresso Nacional, para unificação das alíquotas de impostos.
Fonte: Da Redação