A Rede Amazônia Negra vai realizar, nos dias 26 e 27 de outubro, o Seminário Sobre Políticas de Ações Afirmativas para a População Negra de Roraima. O evento é gratuito e vai acontecer no Teatro Municipal de Boa Vista. São 150 vagas.
Para participar, basta fazer a inscrição aqui, até a hora do evento. A programação completa também está disponível no mesmo endereço eletrônico.
Conforme a coordenadora estadual da Rede Amazônia Negra, Glórias Rodrigues Serra, esse será o primeiro evento com a temática no Estado. O objetivo é reunir o movimento negro e representantes das instituições públicas para debater as demandas dessa população.
Entre os convidados para a abertura do evento, às 19h do dia 26, está o prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB).
Como palestrantes e debatedores, estão confirmados pesquisadores, professores universitários, militantes e ativistas. Nos dois dias do evento, haverá apresentações culturais com roda de capoeira e tambor de criola. Além da exibição do vídeo-documentário “Félix, o Herói da Barra”.
“O seminário vem com essa proposta de colocar o tema na agenda política do Estado para que as ações afirmativas sejam efetivamente implementadas. Embora existam leis que tratam da promoção da igualdade racial em vigor há vários anos, a população negra, principalmente aquela agrupada em religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, ainda sofre com o preconceito e a intolerância religiosa”, destacou a coordenadora.
Quilombolas
De acordo com o último Censo do IBGE, Roraima e Acre são os únicos estados brasileiros sem o registro de quilombolas. Contudo, o antropólogo do Incra em Roraima e pesquisador de Quilombos da Amazônia Legal, José da Guia Marques, ressalta que há atualmente dois grupos que se autodeclaram quilombolas no estado.
“Temos um grupo urbano, que vive no bairro Nova Cidade, e outro rural, no Roxinho, em Mucajaí. Remanescentes do quilombo Bom Jardim, de Santarém (PA), eles migraram para Roraima há cerca de vinte anos e, embora não tenham essa vinculação territorial, há a identificação étnica e estamos buscando o reconhecimento pela Fundação Palmares”, explicou.
A Rede Amazônia Negra também tem catalogado cerca de dez grupos de capoeira no Estado e 100 terreiros de candomblé e umbanda como integrantes do movimento negro, além das pessoas que se reconhecem e se autodeclaram negras.
Há também no estado outras organizações políticas e culturais do movimento negro: União dos Negros e Negras de Roraima (Unegro), Movimento negro Unificado (MNU) e Rede Amazônia Negra (RAN/RR), Instituto Quilombola, Instituto Biriba de Capoeira e Arte e a Federação de Umbanda, Cultos Afro religiosos e, por fim, Ameríndios de Roraima (Fucaberr).
Fonte: Da Redação