O casamento coletivo promovido pela Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR) e seus parceiros oficializou a união de 198 casais na última quinta-feira (7). A cerimônia ocorreu no ginásio Senador Hélio Campos, no bairro Canarinho, em Boa Vista.
Esta já é a 4ª edição do casamento coletivo “Enfim, Casados! Edição Sem Fronteiras”. A iniciativa, então consagra o amor e promove cidadania para estrangeiros.
O casamento coletivo não se restringiu ao ato formal, mas incluiu todos os elementos de uma cerimônia tradicional, desde a decoração, bolo, bem como a marcha nupcial, sem custos para os noivos.
Além disso, a defensora pública titular da Câmara de Conciliação da DPE-RR e organizadora do casamento, Elceni Diogo, destacou que este é o maior casamento de migrantes já realizado no Brasil. Ela explicou que esta formalidade tem seu valor afetivo, mas também por motivos legais. “Isso é importante tanto para entrada no abrigo, quanto para o processo de interiorização, pois o casamento garante a formalização do núcleo familiar”, esclareceu.
A juíza titular da Vara da Justiça Itinerante, Graciete Sotto Mayor pontuou que o “Enfim, Casados!” é uma das parcerias mais especiais e um dos projetos mais bonitos com a Defensoria Pública. “A grande maioria já vive maritalmente e busca a justiça, busca a Defensoria, para fazer uma grande declaração de amor. Então, essa parceria vale muito a pena. Todos os processos passam pela Justiça itinerante e a gente tem um cuidado todo especial, porque a gente está trabalhando com os sonhos, os sonhos dos casais”, comemorou.
Histórias de amor
O momento reuniu várias histórias emocionantes, como a de Elisângela Ribeiro Vasconcelos, uma amazonense de 31 anos, profissional de Recursos Humanos, e Geobert Neomar Ontiberos, um venezuelano de 35 anos, autônomo. O destino os uniu em Santa Elena, na Venezuela, fronteira com Pacaraima, município brasileiro onde Elisângela trabalhava na loja da mãe.
Juntos há oito anos, o casal construiu uma família, com uma filha de seis anos. O sonho de formalizar essa união sempre fez parte dos planos do casal. “Os documentos não estavam dando certo. Aí, ele foi dois dias lá [na Defensoria] e deu certo. Estamos aqui hoje, muito felizes, realizando um sonho”, disse Elisângela.
Ambos venezuelanos, a história do casal Manuel Moreno, mestre de obras, de 44 anos, e Rosimar Rodrigues, dona de casa, de 38 anos, é guiada pelos valores cristãos. Eles têm oito filhos juntos.
“Como somos cristãos, a gente tem que estar casado, tudo certo, sabe? A gente estava procurando um casamento para a gente. Então, nós fomos atrás, investigando, correu a voz de que aqui eles estavam fazendo essa inscrição para fazer um casamento. Aí a gente procurou e estamos assim agora”, disse ele, em português, na companhia dos filhos.
Fonte: Da Redação