Nesta terça-feira (2), iniciou-se a 2ª Semana Municipal de Conscientização sobre o Autismo: Construindo a inclusão e potencializando habilidades. A abertura do evento ocorreu no auditório da Escola Municipal Nara Ney de Araújo Santana, no bairro Caçari, com palestras e mesa redonda formada por especialistas no assunto. A Prefeitura de Boa Vista busca qualificar as equipes de apoio para garantir inclusão plena de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas unidades de ensino da capital.
A presença de estudantes com autismo nas escolas municipais vem crescendo a um ritmo acelerado. De abril de 2023 a abril de 2024, em Boa Vista, o número de crianças com TEA matriculados aumentou 108%, saltando assim de 719 para 1.500, segundo dados da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC).
“Além de garantir a presença desses alunos em sala de aula, a gestão viabiliza a permanência, a participação e a aprendizagem deles capacitando os profissionais. A SMEC ainda se preocupa com a ampliação de salas de recursos nas escolas e oferece os serviços dos centros que contribuem diretamente para o desenvolvimento das crianças”, explicou a Gerente de Educação Especial, Ana Paula Pinheiro.
O que é o Transtorno do Espectro Autista e como identificar seus sinais no contexto escolar?
Estes foram alguns dos temas abordados pela neuropsicóloga, Taynara Lima. “Autismo não é doença. É um transtorno do neursodesenvolvimento. Nesta oportunidade, cuidadores e assistentes de aluno podem se aprofundar sobre o TEA e aprender a identificar crianças com autismo, visto que tem contato com as crianças da rede municipal de ensino desde a primeira infância. Isso ajuda na intervenção precoce e no diagnóstico”, disse.
A especialista destacou ainda que o TEA é um grande “guarda-chuva” composto por pessoas com quadros diferentes. Há desde aquelas que são mais independentes e precisam de menos suporte, até as que precisam de maior auxílio.
Além disso, ela apontou alguns mitos mais comuns sobre o transtorno. Dentre eles, que autistas são agressivos e antissociais, por exemplo. “Mas não é correto generalizar características de comportamento como a agressividade. Embora alguns não gostem de ter contato físico, mesmo com pessoas do convívio próximo, há crianças no espectro que adoram receber e dar carinho”.
Mesa redonda sobre afetividade e valorização das capacidades
Outros profissionais também participaram da programação. Dentre eles, Juscyelly Bonomo – psicóloga especialista em Intervenção, Intervenção Precoce no Transtorno do Espectro Autista baseado no modelo DENVER; Aline Fernandez Costa – pedagoga e César Ramirez – psicólogo, docente universitário de Língua de Sinais Brasileiras (LIBRAS) e de Psicologia.
Vanessa Figueiredo é cuidadora na Escola Jardim das Copaíbas, no Distrito Industrial. Ela conta o que leva de aprendizado do evento. “Eu já tive oportunidade de trabalhar com alunos autistas que precisam de mais e de menos apoio. Me senti desafiada quanto profissional. Busquei entender o assunto por conta própria, mas confesso que as orientações dos especialistas me deixaram mais segura para lidar com os alunos. É diferente. A gente se atualiza. Espero poder ajudá-los. Foi gratificante”, destacou.
Fonte: Da Redação