Abandonada há 12 anos, o prédio da Escola Estadual Professor Diomedes Souto Maior, localizada no Centro de Boa Vista, virou uma lixeira ao ar livre. É o relatou um ex-aluno da instituição, que afirma ter ficado triste ao ver a situação do local.
“Hoje estava trabalhando próximo à antiga escola Professor Diomedes Souto Maior. Há alguns anos tive o privilégio de estudar na instituição. Foi ali que fiz a primeira série. Quando vi a situação do local, passou um filme na minha cabeça. Fiquei muito triste quando vi. Virou uma lixeira a céu aberto”, disse.
Nas imagens enviadas pelo ex-aluno é possível ver lixo espalhado por todo o terreno da unidade, telhados quebrados, paredes e estruturas precárias. Ele questiona a inércia do poder público diante da situação.
“Vi a copa onde muitas vezes eu saciava a minha fome, quando não tinha nada para comer em casa. Infelizmente as coisas se acabam. É um descaso do poder público deixar um prédio no centro da cidade se acabar dessa forma. Um lugar que formou tantas pessoas, que acreditaram nos seus sonhos e hoje tem uma história para contar para os filhos”, desabafou.
Além da Escola Estadual Professor Diomedes Souto Maior, o governador Antonio Denarium (Progressistas) também desativou as Escolas Estaduais 13 de Setembro e Idarlene Severino da Silva em 2019, ambas em Boa Vista. No interior, o gestor também desativou outras duas escolas: Professora Zoraide da Gama, em São Luiz, e a Valério Magalhães, em Caracaraí.
Outro lado
Por meio de nota, o Instituto de Previdência do Estado de Roraima (Iper) destacou que não está sendo realizada nenhuma demolição do prédio da antiga escola Diomedes Souto Maior. Relatou ainda que em fevereiro deste ano ocorreu a doação da estrutura metálica da quadra poliesportiva que estava no local para a Secretaria de Educação e Desporto (Seed).
Conforme o órgão, o imóvel da escola foi cedido à instituição pelo Governo do Estado para a construção da nova sede do Iper.
Além disso, a Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Secult) informou que, em 25 de novembro de 2015, abriu processo que trata do tombamento da escola. A decisão aguarda parecer do Conselho Estadual de Cultura.
No caso da transferência do prédio, o bem em processo de tombamento fica sob a responsabilidade do Iper. Segundo os acordos no processo, as obras só podem ocorrer no local desde que cumpram os princípios da restauração devido a antiga escola se tratar de um patrimônio histórico do Estado e passível de proteção e em fase de processo de tombamento.
Por fim, o Iper ressaltou atua dentro dos trâmites estabelecidos pela legislação e está dialogando com a Secult para conduzir eventuais intervenções no terreno para não descaracterizar o prédio de interesse histórico do Estado.
Fonte: Da Redação