Precariedade das estradas, falta de estrutura na escola e problemas na Unidade Básica de Saúde da comunidade indígena Malacacheta se tornaram motivo de denúncia de um morador ao Roraima em Tempo.
A comunidade está situada no município do Cantá em Roraima, na região conhecida como Serra da Lua. Nesta segunda-feira (10), o morador, que preferiu não se identificar, detalhou todas as situações que enfrentam e alegou esquecimento por parte do prefeito André Castro (Progressistas).
Entre os problemas que prejudicam os moradores está a precariedade das estradas. Conforme relatou, não há pavimentação nas vias e, em época de chuva, se formam grandes lamaçais que prejudicam o tráfego de veículos.
“Para se ter uma ideia, somente hoje três carros atolaram ao tentaram passar pela estrada, que é uma das principais da região”, disse.
Educação em apuros
Ademais, o morador também denunciou a falta de estrutura na Escola Municipal Indígena Maria Teodoro Viana que está sem reforma.
“Nunca realizaram a reforma e ampliação da escola, estão só empurrando com a barriga. Só tem um transporte escolar para atender todos os alunos e como a rota é grande, de 15 km, eles sempre chegam atrasados para a aula”, detalhou.
Enquanto isso, os problemas se assemelham na Escola Estadual Indígena Sizenando Diniz e, também, prejudicam os estudantes.
“A nossa escola estadual também está precária, sem transporte escolar, sem merendeiro, com estrutura comprometida prestes a desabar”.
Remédios vencidos, UBS sem reforma e mais!
Outro problema que o morador apontou foi a falta de estrutura na Unidade Básica de Saúde da comunidade. Segundo relatou, o prefeito teria negado emenda parlamentar para construir uma nova UBS que iria atender os habitantes do local.
“Nosso posto está precário, é a comunidade e a Sesai [Secretaria de Saúde Indígena] que mantêm tudo na unidade. Desde quando foi construído, o posto nunca foi reformado, nunca teve uma troca de telha. Quando chove, molha tudo. Até deu problema no consultório odontológico da dentista, molhou lá tudo e até comprometeu um aparelho”, lamentou.
Além disso, o morador relatou que a prefeitura enviou remédios vencidos para a UBS, situação que teria sido descoberta por uma médica.
“Chegou medicamento vencido para atender o povo. Ao invés de cuidar da saúde pública dos munícipes parece que o prefeito quer nos matar”, porque mandando remédio vencido”, concluiu.
O que diz o Governo
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação e Desporto informou que a Escola Estadual Indígena Sizenando Diniz receberá uma obra de reforma geral. O projeto básico está em análise no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em Brasília e a Fundação Nacional do Índio (Funai) já autorizou a obra. Em seguida, será aberto processo licitatório para a contratação da empresa que realizará os serviços.
Em relação às merendeiras, a pasta disse que as contratações dos profissionais de copa e cozinha estão ocorrendo esta semana, e que encaminhará os contratados de imediato para a escola. Além disso, sobre o transporte escolar, a Seed afirmou que está adotando as providências necessárias para restabelecer a oferta do serviço na região até o final desta semana.
O Roraima em Tempo também entrou em contato com a Prefeitura do Cantá e aguarda retorno.
Fonte: Da Redação