A Comissão Especial de Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, se reúne com organizações religiosas e civis na Diocese de Roraima, até o dia 23 de junho, em missão contra esse tipo de crime no estado.
A iniciativa visa compreender o contexto atual relacionado ao tráfico de pessoas no estado, fortalecendo assim as ações promovidas pela igreja católica durante a Semana do Migrante. O tema deste ano é “Migração e Casa Comum” e o lema: “Alarga o espaço da tua Tenda”.
Com as bênçãos e inspirações em Santa Bakhita, intercessora em favor das vítimas das formas de escravidão, a Comissão segue com a reflexão sobre o tema “Caminhar com dignidade: ESCUTAR, SONHAR e AGIR”, tema proposto na 10ª edição do Dia Mundial de Oração e Reflexão Contra o Tráfico de Pessoas desde ano.
Outras Instituições/organizações religiosas e civis também integraram esta missão, entre elas: Rede Um Grito Pela Vida (CRB), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Associação Brasileira de Defesa da Mulher da Infância e da Juventude ASBRAD,Rede CLAMOR Brasil, REPAM Brasil, Serviço Pastoral do Migrante (SPM), SEFRAS/Ação Social Franciscana, Cáritas, Universidade Federal de Roraima (UFRR) e Rede Um Grito Pela Vida da Conferência dos Religiosos/as do Brasil (CRB).
A Comissão, que foi articulada por dom Evaristo Spengler, bispo de Roraima e integrante da Comissão, conta com as presenças de dom Adilson Pedro Busin, bispo da diocese de Tubarão (SC) e atual presidente da Comissão Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano e de dom Plínio José Luiz da Silva, bispo diocesano de Picos (PI).
Contexto do tráfico de pessoas em Roraima
O Tráfico Humano é a terceira atividade ilegal mais rentável do mundo, conforme relatório emitido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O estudo estima que mais 50 milhões de pessoas no mundo, são vítimas da escravidão contemporânea.
Organizações relatam que, em Roraima, houve aumento no tráfico de mulheres e adolescentes para fins de exploração sexual; trabalho escravo para o garimpo ilegal, tendo como vítimas indígenas; assim como a exploração de migrantes, em especial venezuelanos que atravessam a fronteira em busca de abrigo.
Devido à localização geográfica do estado, que faz fronteira com Venezuela e Guiana, há então uma grande movimentação migratória de diversas nacionalidades. Especialistas em migração internacional da Universidade Federal de Roraima (UFRR) apontam que, nos últimos anos, os altos índices de contrabando e tráfico de migrantes no estado têm gerado preocupação em razão aos impactos causados de forma negativa na vida de mulheres, homens, bem como jovens e crianças na fronteira.
A delegação que escuta a rede de apoio e suporte aos migrantes, os grupos de enfrentamento ao tráfico de pessoas representados por órgãos da segurança pública do estado, centro de pesquisas da universidade federal, organismos da igreja no Brasil, após as visitas em que foi possível ouvir e se aproximar das situações reais, irão compartilhar as reflexões em entrevista coletiva nesta sexta-feira (21). A Comissão irá propor incidências com objetivo de encontrar formas de reconstruir e agir na busca pela liberdade, proteção e defesa das vítimas. O encontro acontece a partir das 09h30, na Rádio Monte Roraima.
Fonte: Da Redação