Síndrome de Burnout: como combater o esgotamento profissional

Dados apontam que cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros são afetados pela doença. Entenda as causas e as manifestações

Síndrome de Burnout: como combater o esgotamento profissional
Foto: Freepik

A Síndrome de Burnout também conhecida como síndrome do esgotamento profissional é uma doença que está cada vez mais presente na vida dos profissionais brasileiros. De acordo com estudos realizados pela USP, cerca de 30% dos trabalhadores do Brasil são afetados por esta doença. Os dados são preocupantes, posto que, essa síndrome é caracterizada pelo esgotamento físico, emocional e mental extremos e desmotivação no trabalho, onde vai além do costumeiro cansaço laboral, já que se manifesta como uma exaustão incapacitante, prejudicando de maneira significativa a saúde mental dos trabalhadores. Pessoas afetadas por esta doença tem direito a licença médica, devidamente remunerada de até 15 dias, no entanto, em caso de necessidade pode ser estendida por mais tempo, em tal situação a remuneração passa a ter cobertura do INSS. E mais, a lei determina que após o fim do auxílio-doença o trabalhador não pode ser dispensado sem justa causa pelo prazo de um ano.

Sintomas

A Síndrome de Burnout se caracteriza por três aspectos principais: A exaustão emocional, caracterizada pela sensação de estar emocionalmente esgotado(a) e sem energia, sendo a principal causa o acúmulo excessivo de estresse, especialmente no ambiente de trabalho; despersonalização ou ceticismo, que se caracteriza pelo aparecimento de sentimentos negativos, cínicos e insensíveis em relação aos colegas de trabalho e mesmo, ao próprio trabalho. Pode se manifestar como uma atitude de distanciamento emocional e mental das tarefas relacionadas ao trabalho ou dos colegas no ambiente laboral e; baixa realização profissional, a qual envolve uma sensação de ineficácia e falta de realização no trabalho. Trabalhadores(as) que sofrem de baixa realização profissional se sentem insatisfeitos(as) com suas conquistas no trabalho e duvidam de sua competência e, do seu próprio valor enquanto colaborador(a).

Causas

Estudos realizados informam que esse estresse ocupacional é causado geralmente por uma combinação de fatores relacionados ao trabalho e ao estilo de vida. As causas mais comuns são: Carga de trabalho excessiva, onde o(a) colaborador(a) passa longas e ininterruptas horas na jornada trabalhista, com prazos  curtos e tarefas excessivas; falta de controle que faz o(a) colaborador(a)  se sentir incapaz de influenciar decisões que afetam seu trabalho, como a programação das tarefas ou da carga de trabalho; expectativas de trabalho incertas e conflitantes, as quais levam a uma falta de clareza sobre o grau de autoridade ou das expectativas do seu papel na empresa; falta de reconhecimento por parte dos superiores hierárquicos e o não recebimento de feedback positivo ou recompensas pelo trabalho duro; falta de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal; ambiente de trabalho tóxico, o que pode incluir desde a política de escritório até bullying ou o assédio moral; mudanças constantes que dificultam a adaptação as novas políticas ou de chefias, não tendo tempo adequado para os novos ajustes; por fim os fatores pessoais, como por exemplo os traços de personalidade como o perfeccionismo ou problemas pessoais fora do trabalho.

Vale ressaltar que a Síndrome de Burnout não surge apenas devido a um fator isolado, mas comumente é o resultado de uma combinação desses fatores ao longo do tempo. Os principais sintomas dessa Síndrome de Burnout podem variar de uma pessoa para outra, mas geralmente incluem uma combinação de sinais emocionais, físicos e comportamentais. Listamos aqui alguns dos sintomas mais comuns: os sintomas emocionais como a exaustão emocional, desânimo e negatividade, ansiedade e depressão; despersonalização, baixa autoestima e insegurança.

Outras manifestações

Nos sintomas físicos se identifica a fadiga, cansaço crônico; problemas de sono, como a dificuldade em adormecer e/ou manter o sono; dores de cabeça e musculares; alterações no apetite, podendo ter perda e/ou aumento; problemas digestivos como por exemplo a indigestão, diarreia e/ou constipação. Nos sintomas comportamentais ocorrem casos de isolamento, evitando interações sociais, tanto no trabalho quanto na vida pessoal; procrastinação e ineficiência no trabalho, caracterizada pela incapacidade de se concentrar e de cumprir prazos; uso de substâncias ilícitas e licitas, como o consumo de álcool, drogas e/ou medicamentos; mudanças de humor como irritabilidade frequente, impaciência ou explosões de raiva; absentismo que se caracteriza pela alta constante ao trabalho e/ou chegar sempre atrasado(a). A presença de alguns desses sintomas não significa necessariamente que uma pessoa está sofrendo dessa síndrome, porém, se vários desses sintomas estão presentes e persistem ao longo do tempo, aconselhamos que a pessoa busque ajuda de profissional da Psicologia para avaliação e orientação adequadas.

Perfis de colaboradores mais propensos a ter síndrome de Burnout: os perfeccionistas; os com alto senso de responsabilidade; aqueles que trabalham em ambientes com cobranças excessivas; profissionais da área da saúde, direito, finanças e tecnologia; pessoas com pouco suporte no trabalho; pessoas que trabalham em ambientes tóxicos; trabalhadores com pouco equilíbrio entre vida pessoal e profissional; pessoas com dificuldades em dizer não; indivíduos que têm dificuldade em estabelecer limites e dizer “não” a tarefas adicionais; pessoas em funções que exigem disponibilidade constante, em especial, as que atuam na área  tecnologia e comunicação digital

psicoterapia hismayla
Foto: Arquivo pessoal

Hismayla Pinheiro é psicóloga clínica e especialista em avaliação psicológica com mais de 7 anos de experiência em consultório. Por aqui ela traz orientações valiosas nesse divã virtual de como manter sua saúde mental.

Agende sua consulta: (95) 99144-1131

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