“Quando assumir, vou acabar com a farra no governo. Vou acabar com a velha forma de fazer política. Vou acabar com a corrupção. Também vou reduzir o número de secretarias, acabar com apadrinhamentos, cargos comissionados, vou abrir concurso…”. Assim prometeu Antônio Denarium, hoje vossa excelência.
Só balela, historinha pra boi dormir. O governador faz justamente o contrário. Na contramão do seu discurso em 2018, Denarium agora usa toda a estrutura da máquina pública para obter vantagens pra si, em detrimento do povo. Dessa forma, o governo do Estado virou seu particular balcão de negócios, a verdade é essa.
Nunca na história de Roraima se viu coisa parecida. Denarium hoje tem 90% dos políticos corruptos ao seu lado, mamando nas tetas do governo, os mesmos que ele prometeu combater.
Nos governos anteriores, a corrupção se estendia apenas ao Parlamento, mas com Denarium esse monstro ganhou força e agora seus tentáculos também alcançam a elite empresarial do Estado. Seus sócios se dão bem. Alguém duvida?
Infelizmente, ao invés de acabar com a corrupção, Denarium a expandiu, isto sim. E hoje, o que vemos é um show de horrores, uma sangria nos cofres públicos que nem a PF consegue estancar. Absurdo.
“Cabide de emprego”
Lembro-me bem. Denarium prometeu reduzir o número de secretarias, de 37 para 9. O apoiei, confesso. O objetivo era justo: enxugar a folha de pagamento e reduzir gastos, mas … só balela. Denarium fez foi criar mais cargos e mais secretarias.
No mês de setembro, por exemplo, ele criou três. Em uma delas, nomeou sua amada esposa, a Simone. Em outra nomeou um tal de Deilson, puxa saco de carteirinha de Bolsonaro. Na terceira secretaria, nomeou Paulo César Martins, outro “sem futuro”.
Em seguida, seu Antônio criou a Fundação de Amparo à Pesquisa de Roraima (Faper), para fazer a mesma coisa que já faz o Iacti. Desperdício de dinheiro público. E tome mais cargos comissionados em troca de votos e apoio político.
Denarium também fez mudanças na Secretaria de Articulação Municipal. Além de mudar o nome, aumentou o número de cargos comissionados de 35 para 133, que representa uma despesa anual de mais de R$ 4,1 milhões apenas com pessoal, sem contar com 13º e férias.
Agora, mais recente, vossa excelência também aumentou o número de cargos comissionados na PGE. São mais 20 vagas com salário de R$ 4.180, o que vai custar R$ 1 milhão anual aos cofres públicos. Isso sem contar 13º e férias.
De olho em 2022
Com a criação de centenas, talvez milhares de cargos comissionados, bem como secretarias sem finalidade alguma, o governador segue na contramão da reforma administrativa que tanto prometeu em 2018.
O certo é que vossa excelência usa toda a estrutura de governo para prosseguir com seu mirabolante plano de poder. Denarium não está nem um pouquinho preocupado com o povo, pode acreditar. Se estivesse, o HGR não estaria tão lotado assim. O governador só pensa, primordialmente, na sua reeleição, infelizmente, essa é a verdade.
Álvares dos Anjos – cronista