O Governo Federal lançou um novo programa que tem o objetivo de garantir o cuidado integral à gestante. A Rede Alyne tem a meta de reduzir a mortalidade materna e de bebês em 25% até 2027.
O novo modelo homenageia Alyne Pimentel, que morreu grávida de seis meses pro desassistência no município de Belford Roxo (RJ) em 2022. O Brasil é o primeiro caso no mundo de uma condenação em corte internacional por morte materna evitável, reconhecida como violação de direitos humanos das mulheres a uma maternidade segura.
Antes mesmo da condenação, em 2011, foi lançada a Rede Cegonha, que ampliou o cuidado às mulheres durante a gestação e o parto, com importantes resultados, que foram descontinuados nos últimos anos.
Assim, nesse cenário, o Ministério da Saúde agora firma um compromisso de fortalecer a rede para enfrentar desafios históricos na assistência à gestante e ao bebê. Principalmente entre a população em situação de maior vulnerabilidade social.
Entre as inovações da Rede Alyne, está a necessidade de um plano integrado entre a maternidade e a Saúde da Família – com qualificação das equipes de Saúde da Família, na principal porta de entrada do SUS – e, de forma inédita, a ampliação do Complexo Regulatório do SUS com equipe especializada em obstetrícia.
Integração do Governo Federal
Dessa forma, o Ministério da Saúde integra a rede de saúde para acabar com a peregrinação da gestante, como aconteceu com Alyne. O que garante vagas para atendimento, com prioridade para a mulher que precisa de suporte no deslocamento para a maternidade.
Na cerimônia de lançamento do programa, a ministra Nísia Trindade destacou que a rede de saúde estará mais fortalecida para brecar as mortes maternas.
“Vamos trabalhar com toda a rede de saúde, com estados e municípios. Será firmado um pacto no Conselho da Federação, junto ao Governo Federal, para que essa agenda seja de todo o Brasil”, disse. “O mais importante agora para nós é que lutemos, juntos, para que não haja mais mortes maternas por causas evitáveis”, acrescentou Nísia.
Além disso, o presidente Lula, que prestigiou o evento ao lado da primeira-dama Janja, celebrou a criação de mais uma iniciativa.
“Esse programa foi criado para que a mulher seja atendida com decência e faça todos os exames necessários. Quero parabenizar a Nísia pelo aperfeiçoamento do tratamento das mulheres desse país”, pontuou.
A mortalidade materna é um indicador crítico que reflete a qualidade da assistência e o acesso aos serviços de saúde.
O desmonte da rede registrado nos últimos anos dificultou o acesso e elevou estes índices. Em números absolutos, em 2021, no contexto da pandemia de covid-19, a quantidade de mortes aumentou para 3.030, representando um incremento de 74% em comparação a 2014, quando houve 1.739 mortes, segundo dados da Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (IVIS).
Fonte: Da Redação