Servidor da Sesau preso em Operação da PF delatou Cecília Lorenzon sobre esquema de desvio de medicamentos dos Yanomami

Reportagem da revista Veja destaca que, na delação, o colaborador disse que escondia e queimava remédios cumprindo ordens de Cecília e do marido dela, o empresário Wilson Basso, além de citar uma conversa com a titular na qual ela teria dito que o governador Antonio Denarium estaria ‘ciente de tudo’

Servidor da Sesau preso em Operação da PF delatou Cecília Lorenzon sobre esquema de desvio de medicamentos dos Yanomami
Medicamentos encontrados em uma casa abandonada – Foto: Divulgação/Polícia Civil de Roraima

A revista Veja publicou neste domingo, 29, mais uma matéria sobre o suposto esquema de desvio de medicamentos dos Yanomami envolvendo autoridades de Roraima.

A reportagem destaca que, na delação de Harisson Moraes da Silva, servidor da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) preso em Operação da Polícia Federal, ele disse que escondia e queimava remédios cumprindo ordens da chefe da pasta, Cecília Lorenzon, e do marido dela, o empresário Wilson Basso, além de citar uma conversa com a titular na qual ela teria dito, sem entrar em detalhes, que o governador Antonio Denarium (PP) estaria “ciente de tudo”.

O servidor era dono de uma casa abandonada em Boa Vista, onde a PF encontrou, no início deste ano, pilhas de caixas e sacolas repletas de medicamentos que deveriam ter sido enviados aos indígenas do território Yanomami.

No depoimento, o funcionário-colaborador disse que empresário Wilson Basso, marido da secretária estadual de Saúde, solicitou que ele levasse os medicamentos para uma casa abandonada.

O esquema teria desviado quase 1 milhão de reais destinados à saúde dos indígenas. O funcionário contou ainda que telefonou para a secretária Cecília Lorenzon no dia em que os policiais apreenderam os remédios. Como resposta, ouviu que não era para se preocupar, “pois não era problema dela, nem dele”.

Além disso, o servidor acrescentou que entrou em contato novamente com a secretária após a deixar a prisão. Na ocasião, Cecília teria dito a ele, sem entrar em detalhes, que o governador conhecia o caso.

Operação Yoasi

As suspeitas são de que os medicamentos foram escondidos na casa abandonada após a deflagração da segunda fase da Operação Yoasi, que investiga um esquema de desvio de recursos públicos federais do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y), envolvendo agentes públicos e empresários.

primeira fase da operação foi deflagrada no dia 30 de novembro de 2022 e, assim, apurou esquema que deixou mais de 10 mil crianças Yanomami desassistidas, com a entrega de apenas 30% dos medicamentos adquiridos pelo Dsei-Y.

As investigações indicaram a participação de outros suspeitos nos crimes. Estes teriam realizado vultuosos aportes em empresas suspeitas com o objetivo de dar aparência de legalidade aos valores supostamente desviados.

Conforme a Polícia Federal, apenas um dos alvos da operação teria repassado R$ 4 milhões para empresa investigada. Trata-se de Roger Pimentel, preso na Operação Hipóxia, que investigou o superfaturamento de oxigênio destinado aos Yanomami.

A Operação Hipóxia também cumpriu mandados de busca e apreensão na casa da então secretária de Saúde do Estado, Cecília Lorenzon. O alvo era o marido dela, Wilson Basso, proprietário de empresa investigada pela PF.

Lorezon chegou a ser afastada do cargo, mas retornou ao comando da Sesau após 14 dias afastada.

Fonte: Da Redação com informações da revista Veja

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