Andrey Carvalho de Souza tem 34 anos, era entregador e foi vítima de um acidente de trânsito em setembro de 2012, que provocou lesões em sua coluna vertebral. Por conta delas, ele ficou paraplégico e perdeu o controle da bexiga. Desde então, ele relatou em entrevista à TV Imperial que precisa de uma sonda para depositar a urina que elimina do corpo.
Sem ela, a drenagem não é feita de forma correta, o que pode arretar em uma infecção urinária e no comprometimento dos rins. Isso pode fazer com que ele volte a passar por sessões de hemodiálise que precisou no início da recuperação.
Em janeiro de 2024, Andrey conseguiu que a Justiça obrigasse o Governo do Estado a fornecer a sonda. Em julho, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que o material estava disponível para retirada e pediu a extinção do processo. Mesmo assim, as dificuldades continuaram.
“Minha mãe foi lá fazer retirada e negaram a primeira vez. Se negaram e eu entrei em contato com o pessoal do Tribunal de Justiça, o pessoal do Tribunal de Justiça entrou em contato com a Secretaria, a assessora da Secretaria entrou em contato comigo e foi quando ela conversou e falou: pode ir lá fazer a retirada da sonda, porque eles são orientados a falar que não tem. Mas quando é uma decisão judicial, a gente libera. E foi quando a minha mãe foi lá e buscou 720 sondas em junho”, explicou o paciente à reportagem da TV Imperial.
Dificuldades
Apesar da decisão da Justiça Estadual ter saído em janeiro deste ano, Andrey só soube dela em julho. As retiradas na Coordenadoria Geral da Assistência Farmacêutica do Estado, no bairro Santa Tereza, deveriam ocorrer a cada três meses. No entanto, o segundo lote, que deveria ter sido retirado no início de outubro, não estava disponível.
Andrey contou à TV Imperial que, nesta segunda-feira (7), tirou do próprio bolso R$ 500,00 para comprar cerca de 370 sondas. Ele pede que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) cumpra a determinação judicial.
“Esse dinheiro é o que a gente tira da comida. Não posso mais sair para ter lazer, porque tenho que guardar dinheiro para comprar sonda, sendo que é um material que a gente podia receber pelo Governo. Eu quero fazer um apelo ao governador, que ele preste atenção, que ele faça uma averiguação para saber o que está acontecendo na Segaf, porque tenho certeza que, ele por ser pai de um filho com deficiência, ele não concorda com isso. Eu quero acreditar que ele não sabe o que está acontecendo. A Segaf está negando medicação, está negando insumos com aval da Secretaria de Saúde. Eu quero acreditar que ele não sabe, porque se ele souber, vai ser uma total falta de respeito até com o próprio filho, porque o filho dele é PCD”, salientou.
Fonte: TV Imperial