Comandante da PMRR permanece no cargo depois de mais um escândalo nacional envolvendo seu nome

Coronel Miramilton foi alvo de uma operação da PF que investiga venda ilegal de armas em Roraima. Nem o militar pede afastamento do cargo e nem o governador o exonera

Comandante da PMRR permanece no cargo depois de mais um escândalo nacional envolvendo seu nome
Governador Antonio Denarium com o comandante da PMRR, coronel Miramilton Goiano – Foto: Divulgação

Investigado

O comandante-geral da Polícia Militar de Roraima (PMRR) coronel Miramilton Goiano vem sendo investigado há bastante tempo. Isso porque seu nome foi citado em investigações que apuram tráfico de armas, formação de milícias, grupo de extermínio e etc. Em um dos depoimentos, um investigado citou Miramilton como “um militar de alta patente”, que seria o responsável por garantir o fornecimento de munições, armas e coletes, além de liberar policiais militares do serviço para trabalhos de segurança privada.

Complacência

O governador Antonio Denarium, mesmo após o escândalo envolvendo o nome da maior autoridade policial do Estado, se calou. Nunca deu uma palavra sobre as investigações contra o coronel e o manteve no cargo. Em qualquer outro Estado, o governador teria afastado o comandante pelo menos enquanto durasse as investigações. E, mesmo com a operação da PF, o governador segue em cima do muro, como se tivesse “rabo preso”. Prova disso é que, na noite de ontem, Denarium e Miramilton publicaram foto nas redes sociais após uma reunião, poucas horas depois da operação da PF. E, para não dizer que nada fez, o Governo se manifestou em nota com apenas 4 linhas, e apenas para falar que vai abrir processo administrativo disciplinar contra todos os envolvidos nas investigações. Fora isso, também disse que não compactua com qualquer comportamento que fira os princípios éticos das forças de Segurança Pública ou quaisquer outros órgãos da esfera estadual.

Ao contrário

Quem vê a pequena nota e manifestação do Governo de Denarium sobre um assunto tão grave como esse, nem percebe como os assuntos são tratados de acordo com a conveniência de alguns. Como por exemplo, o caso do jovem Rodrigo Silva que perdeu a filha e a mulher na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth recentemente. Ele denunciou a falta de oxigênio na unidade, assim como o péssimo atendimento e falta de estrutura. O Governo então publicou nota acusando o homem de fake news, bem como a imprensa. A nota era imensa e tinha, inclusive, fake news que foi desmentida por Rodrigo.

Revolta

A falta de ação do governador com relação aos escândalos envolvendo o comandante-geral da PMRR tem causado desconforto e revolta nos policiais que integram a corporação que foi considerada durante muitos anos como a Polícia mais honesta do Brasil. Muitas foram as mensagens que chegaram no WhatsApp da reportagem da 93 FM durante o programa Rádio Verdade.

Coronéis antigos se posicionam

Denarium também foi cobrado por coronéis antigos da PMRR que já comandaram a corporação por várias vezes em outras gestões de Governo. O antecessor de Miramilton, coronel Francisco Xavier, compartilhou um texto sobre o assunto. Ele destacou que a PMRR é composta de mais de 2.500 policiais que, em sua esmagadora maioria por homens e mulheres honestos que cumprem o seu dever diariamente com amor pelo que fazem. Em seguida disse estar decepcionado com o governador Antônio Denarium por permitir que a PMRR viva uma das piores desonras em quase 50 anos de existência.

(IN)Compatibilidade moral

Segundo Xavier, “razões não faltaram para que o governador se antecipasse em exonerar o Coronel Miramilton pela absoluta falta de compatibilidade moral deste em permanecer no maior cargo da corporação”. E quem cobrou isso em outro momento foi o também ex-comandante da PMRR, Coronel Edíson Prola. Ele se posicionou nas redes durante o escândalo publicado pelo jornal O Globo. Coronel Prola disse que “não pode haver dúvida na credibilidade da PMRR! A sociedade de Roraima tem que confiar 100% na Corporação!” Ele disse ainda que as acusações que recaem sobre alguns PMs e diretamente sobre o comandante são gravíssimas e que ele deve ter a ética e a moral de se afastar para se defender e não colocar a instituição sob o julgamento do povo roraimense. O que não ocorreu. Miramilton, além de não se afastar para preservar a corporação, ainda processou os jornais que noticiaram as investigações. Na ação contra o Roraima em Tempo, sua defesa chegou até a afirmar que o comandante não estava sendo investigado.

Fonte: Da Redação

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