Em menos de uma semana, foram vários os acontecimentos, denúncias e reclamações que evidenciam que o governo de Antonio Denarium (Progressistas) vai de mau a pior. A Saúde é, sem dúvidas, o calcanhar de Aquiles do governador. São inúmeras as reclamações referentes ao setor. Vamos começar por aí:
Cirurgia 1
Nesta quinta-feira, 6, recebemos o relato do senhor Antônio Assis, um idoso de 72 que aguarda há meses por uma cirurgia de correção da catarata. Apesar de ter uma idade avançada, ele ainda quer trabalhar. Mas a doença ocular o impede de exercer qualquer atividade, tendo que depender de terceiros para serviços simples do dia-a-dia e até para se alimentar.
Conforme relatado pela sobrinha do idoso, a clínica conveniada da Sesau já cancelou e reagendou a cirurgia dele, pelo menos, quatro vezes. Agora, a família dele recorreu a uma vaquinha online. O intuito é arrecadar dinheiro suficiente para que ele possa fazer o procedimento na rede particular. Quem tiver interesse em contribuir, pode enviar qualquer quantia para a chave Pix: 687.957.692-34 em nome de Maria do Socorro G. Pantoja.
Cirurgia 2
Ainda na quarta-feira, conversamos também com a Lia Skarlet Rodrigues Garreto. Ela sofreu um acidente em 2021 e, de lá para cá, já passou por cerca de 10 cirurgias. A MedTrauma (sim, aquela que tem um contrato de R$ 30 milhões com a Sesau e é investigada por suspeita de fraude) foi a responsável pela sua última cirurgia dela, que aconteceu em 2023. O procedimento consistiu no implante de uma haste de titânio na perna direita. No entanto, o sistema imunológico da paciente rejeitou o material e chegou a parar duas vezes na UTI por causa disso.
Ela procurou o Pronto Atendimento Cosme e Silva e, lá, o ortopedista que atendeu Lia orientou pela retirada da haste e a encaminhou para a MedTrauma, já que foi a responsável pelo implante. Acontece que, segundo ela, a empresa se recusa a fazer a remoção do material. E que somente irá fazê-lo se a infecção atingir o osso. Enquanto isso, a jovem sofre com dores constantes.
Médicos terceirizados
Como se já não bastasse casos como os citados acima, a Secretaria de Saúde ainda atrasa o pagamento de mais de 100 médicos que cobrem os hospitais de todo o Estado. Já são 5 meses que os profissionais ficam sem os salários, o que prejudica (e muito) a rotina de qualquer trabalhador que tem contas a pagar.
Os médicos emitiram na quarta-feira, 5, uma nota de repúdio, que foi amplamente compartilhada nas redes sociais. Mas, infelizmente, não surtiu muito efeito. A Sesau apenas disse que “com a abertura e liberação do sistema de pagamento do Governo, as notas fiscais referentes a 2024 estão atestadas para pagamento e seguirão o trâmite normal” e que “para ser efetuado o pagamento, antes é necessária análise rigorosa de todas as notas fiscais com o atesto de todos os serviços executados. Além da conferência de frequência de escala de plantão médico”.
Dá-lhe terceirização
E falando nisso, o Sindicato dos Condutores de Ambulância do Estado de Roraima (Sindconam-RR) publicou uma carta aberta nesta quarta-feira, 5, em que manifestou forte oposição à intenção do Governo do Estado de terceirizar o serviço desses profissionais. Para a entidade, essa medida pode colocar em risco a qualidade do atendimento à população.
É que no dia 3 de fevereiro, a Secretaria de Saúde abriu uma licitação para contratar uma empresa especializada em serviços de transporte e remoção de pacientes em ambulâncias de suporte avançado com motorista. A vencedora do certame deve receber um valor estimado em R$ 18 milhões, conforme edital do pregão eletrônico.
Para a categoria, a terceirização de um serviço como esse demonstra “a incompetência” de gestores públicos em resolver os problemas de infraestrutura e recursos no setor da saúde.
A entidade relembrou o histórico de inadimplência da Sesau com empresas terceirizadas. Ela citou, por exemplo, a paralisação dos atendimentos na Clínica Renal, empresa conveniada do Governo, por causa de uma dívida de R$ 8 milhões da Secretaria de Saúde. A situação gerou uma onda de protestos.
Fuga
Agora vamos falar de Segurança Pública. Na verdade… Vamos misturar Saúde também! Nesta quarta-feira, 5, um preso simplesmente “escapuliu” do Hospital Geral de Roraima, onde estava internado desde o dia 28 de janeiro. Haviam apenas dois policiais penais responsáveis pelo monitoramento de SETE detentos e um deles ainda estava em um bloco separado dos demais.
Sobre isso, o jornalismo da Rádio 93FM conversou ontem com a Joana Dark, que é a presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Roraima (Sindpperr). Ela disse que, antes, havia um local específico no HGR para o atendimento de presos, mas que hoje ocorre em uma área comum. Para a representante, a unidade de saúde não tem capacidade para receber detentos, principalmente pela falta de agentes de segurança e de local adequado. É preciso providências urgentes para que situações como essa não se repitam mais.
Falta de água
Que falta água “direto” em Roraima, isso não é novidade para ninguém. Mas, ainda assim, é uma pauta que precisa ser discutida, porque prejudica a população, que usa o recurso para se hidratar, higienizar, alimentar, etc. E os moradores do Distrito Industrial estão enfrentando essa triste (e recorrente) realidade. Uma mulher que vive na região procurou a imprensa nesta quarta-feira, 5, para denunciar que as casas do bairro estão sofrendo com desabastecimento desde sábado, 1º.
Conforme a denunciante, os moradores precisam ir até as casas de familiares em outros bairros para abastecer baldes e galões com água. Para economizar o recurso, eles priorizam alguns serviços, como o preparo de refeições, por exemplo. A moradora relatou ainda que, há pelo dois anos, o Governo do Estado construiu um poço artesiano para suprir a necessidade daquela região. O que causa estranheza para ela é que, mesmo assim, há falta de água no local. A Caer foi procurada para esclarecer o que aconteceu, mas não respondeu aos questionamentos da Rádio 93FM.
Medida protetiva
O governador Antonio Denarium é conhecido por atitudes controversas e uma delas é que, apesar de se considerar um homem conservador, mantém algumas pessoas de caráter duvidoso no comando de secretarias e órgãos ligados ao Poder Executivo. Um desses que chamou a atenção na última terça-feira, 4, foi Regys Freitas, que é suspeito agressão, ameaça e perseguição contra a ex-mulher. A Justiça de Roraima concedeu medida protetiva à vítima e o proibiu de se aproximar dela.
Para quem não se lembra, ele também já foi reitor da Universidade Estadual de Roraima (UERR) de 2016 a 2023. A gestão dele foi marcada por polêmicas e operações da Polícia Federal (PF). No dia 18 de agosto de 2023, por exemplo, a PF apreendeu R$ 3,2 milhões na casa do irmão de um dos sócios de uma empresa que teria vencido uma licitação no valor de R$ 16 milhões pela Universidade Estadual de Roraima (UERR). Isso na semana anterior à operação. A Polícia Federal obteve informações que indicariam o saque de um possível pagamento de propinas relacionado à contratação dessa empresa.
Dias depois, em um desdobramento da operação, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na UERR, ocasião em que os agentes apreenderam documentos. Em setembro do mesmo ano, o então reitor pediu a anulação do mandado à Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas da Comarca de Boa Vista.
Enfim, mais uma controvérsia no governo de Antonio Denarium.