Uma denúncia enviada à coluna Roraima Alerta nesta quinta-feira, 13, alega que o secretário adjunto da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Seapi), Dilson Ingarikó, estaria usando um carro oficial do Governo para fazer fretes pagos.
Em uma rápida pesquisa no Sistema Eletrônico de Informações (SEI), acessível à toda população, foi possível constatar que, de fato, o veículo pertence à Pasta e é regularmente conduzido pelo adjunto.
Um dos ofícios obtidos na ferramenta mostra, por exemplo, que entre os dias 16 e 20 de janeiro, o secretário usou o carro para fazer visitas técnicas e transportar medicamentos para a bovinocultura.
No entanto, o denunciante anônimo enviou vários vídeos e fotos que podem corroborar com sua alegação. As imagens mostram a caminhonete transportando objetos como telhas, caixas, mochila, entre outras coisas.
Os registros foram feitos em dias distintos. Em algumas das imagens, que segundo a denúncia foram feitas no dia 5 de janeiro, o veículo está devidamente adesivado e identificado como sendo de uso exclusivo da Secretaria. Já em outro vídeo, ainda segundo a denúncia, gravado no dia 11 de fevereiro, o carro já aparece totalmente descaracterizado e sendo carregado com variadas coisas.
Outro ofício obtido no SEI mostra que, nessa data, a caminhonete deveria estar sendo utilizada para apoio à ação da Justiça Itinerante, que acontece na comunidade indígena Raposa Serra do Sol.
Veículo novo
O veículo zerado foi entregue já devidamente identificado à Secretaria dos Povos Indígenas pelo próprio governador Antonio Denarium, no dia 20 de dezembro. No entanto, o carro já parece ter sido batido e está com o farol dianteiro quebrado. Veja:
A reportagem entrou em contato com o Governo de Roraima para esclarecimentos sobre o caso. Em nota, a Secretaria dos Povos Indígenas negou a denúncia e ainda disse que em um dos registros, o carro fazia serviços para auxiliar a Justiça Itinerante.
Contudo, chama a atenção o fato do carro está descaracterizado e ainda andando pelas ruas carregando desde telha à uma bacia. Afinal, quem fiscaliza e controla essas “andanças” com o veículo?
Vale lembrar que existe uma Lei Estadual que proíbe o tráfego de veículos oficiais pertencentes às frotas dos três poderes das administrações direta e indireta do Estado que não seja para o serviço público. Por isso, fica o alerta para que as autoridades verifiquem as intenções dos responsáveis.