Passeio
O Roraima em Tempo recebeu ontem, uma denúncia envolvendo o uso indevido de carros oficiais do Governo. Conforme o relato, servidores da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) foram flagrados em uma picape S-10 locada pela pasta. O ato aconteceu durante esse último fim de semana, em um passeio turístico pela Serra do Tepequém. O tal passeio, conforme a denúncia, foi liderado pela secretária da Sesp, a coronel Carla Jordanna, e era para comemorar o aniversário da assistente de gabinete da Pasta, que segundo o relato é sua amiga pessoal.
Improbidade
O uso de veículos oficiais para fins particulares revelou uma distorção grave da administração pública. Quando agentes do Estado se valem da estrutura governamental para interesses pessoais, ainda que sob a aparência de uma confraternização, eles ferem diretamente os princípios que regem a “coisa pública”. Bens públicos existem para servir à coletividade, não para conforto ou lazer de quem ocupa cargo ou função. Quando isso acontece com o aval ou a presença de figuras de chefia, o dano institucional é ainda maior, pois passa a ideia de privilégio o que jamais deveria acontecer. Imagine se todas as pessoas começassem a usar os bens públicos para finalidades pessoais?
Arrumando a lambança
Uma fonte da coluna contou relatou que o namorado de uma das policiais que estavam no passeio do Tepequém, foi chamado para assinar um contrato de locação de veículo. Isso porque, das pessoas que estavam no passeio, ele é o único que não tem ligação com o Governo. Conforme a fonte, esse vai ser o primeiro contrato para pessoa física da locadora nos últimos cinco anos. A empresa, inclusive, aluga também caminhonetes para várias outras secretarias do Governo.
Hilux
Em relação a uma Hilux, que também estava entre os carros do passeio turístico, a fonte informou que também pertence a empresa que aluga carros para o Governo. E quem estava dirigindo seria o marido da secretária de Segurança, que é oficial do Corpo de Bombeiros. “Como a hilux não foi citada, estão sem saber o que fazer ainda. Não sobrou mais ninguém sem relação direta ou indireta com o Governo pra fazer um “contrato”, revelou a fonte.
Agressão
Mais um servidor público da saúde foi agredido dentro de uma unidade hospitalar de responsabilidade do Governo de Roraima. O servidor prestava apoio no atendimento da mãe do homem, que a acompanhava no Cosme e Silva. A mulher deu entrada na unidade e posteriormente a conduziram até a sala vermelha. Em um certo momento, o servidor informou ao suspeito que a sala vermelha era de acesso restrito e que a mãe dele estava recebendo o devido atendimento. É que o local impede a entrada de terceiras pessoas. Contudo, o acompanhante reagiu de forma agressiva e desferiu um soco contra o profissional. O resultado foi um ferimento na boca.
Reflexo
E olha que esse não foi um caso isolado. Quando um servidor é agredido dentro de uma unidade de pronto atendimento, ou quando um oficial da Polícia Militar (que deveria zelar pela ordem) ameaça médicos e enfermeiros, algo muito mais profundo está em crise: o respeito pelas pessoas que sustentam o funcionamento da saúde pública.
Respostas
Mais grave ainda é o silêncio do Governo ou a lentidão das respostas. Não basta emitir notas de repúdio ou prometer apurações. É preciso ação imediata, como reforço da segurança, responsabilização exemplar dos agressores, independentemente de patente ou função… e, sobretudo, é preciso a valorização efetiva dos profissionais da saúde.

