Projeto de Lei prevê pena maior para golpistas que usam discurso religioso no Brasil

Projeto prevê pena de até seis anos para quem, sob o pretexto de exercer função religiosa, exigir pagamento, doações ou serviços como condição para realizar rituais ou bênçãos, com promessas enganosas

Projeto de Lei prevê pena maior para golpistas que usam discurso religioso no Brasil
Fonte: Agência Senado/ Gilson Abreu/AEN

Um Projeto de Lei em tramitação no Senado agrava a pena do crime de charlatanismo quando cometido com o uso de discursos religiosos, espirituais ou místicos. A matéria aguarda a Secretaria-Geral da Mesa definir em quais comissões tramitará. O PL 2.151/2025 altera o artigo 283 do Código Penal para enquadrar de forma mais específica o chamado “charlatanismo religioso”. 

De acordo com o texto, haverá punição de reclusão de dois a seis anos e multa. Isso para quem utilizar práticas religiosas ou espirituais, de forma dolosa, para obter vantagem econômica ilícita. Por exemplo, usar falsas de cura, milagre, salvação ou outro benefício espiritual. 

O projeto

O projeto também prevê pena equivalente para quem, sob o pretexto de exercer função religiosa, exigir pagamento, doações ou serviços como condição para realizar rituais ou bênçãos, com promessas enganosas. Além disso, a punição pode aumentar em um terço até a metade se a vítima for idosa, pessoa com deficiência ou estiver em condição de vulnerabilidade social ou emocional. 

Segundo o senador Cleitinho, o objetivo da proposta é atualizar o tratamento penal do charlatanismo, atualmente punido apenas com detenção de três meses a um ano, e combater práticas que exploram a fé de pessoas em situações de fragilidade.

É crescente o número de casos que envolvem líderes religiosos ou autodenominados profetas que se aproveitam da boa-fé dos fiéis para obter ganhos pessoais. Essas condutas são verdadeiras fraudes que exigem uma resposta mais firme do Estado”, justificou o senador. 

Por fim, a proposta ainda destaca a importância de proteger a liberdade religiosa legítima e preservar a dignidade da pessoa humana, prevista na Constituição. Para Cleitinho, o projeto respeita as crenças religiosas, mas visa coibir abusos que transformam a fé em instrumento de engano e prejuízo patrimonial. 

Fonte: Agência Senado

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