Enquanto faltam médicos e materiais nos hospitais, Governo investe em propaganda para esconder o caos na saúde

Ao contrário do que se diz  nas redes sociais do Governo de RR, onde as propagandas exaltam números da realização de cirurgias cardíacas, a realidade na verdade é outra. Para muitos, o HGR virou sinônimo de espera infinita por um procedimento cirúrgico

Enquanto faltam médicos e materiais nos hospitais, Governo investe em propaganda para esconder o caos na saúde
Fachada da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) – Foto: Ian Vitor Freitas/ Roraima em Tempo

Na espera 1

Um paciente cardíaco, internado há quase dois meses no Hospital Geral de Roraima (HGR), denunciou  ontem à equipe de jornalismo da TV Imperial, afiliada à Rede Record, a demora na realização de uma cirurgia de revascularização do miocárdio, conhecida como ponte de safena. Segundo a denúncia, ele está internado desde que sofreu um infarto e, mesmo com o quadro grave, a cirurgia ainda não foi realizada. Para piorar, a cada tentativa da família de buscar informações, a resposta da unidade hospitalar é diferente. A última justificativa repassada foi a falta de materiais para realizar o procedimento.

Na espera 2

E tem outro caso que também está sendo tratado sem nenhuma urgência pela Saúde do Estado. Uma paciente de 52 anos, que sofreu uma fratura no ombro, está há vários dias aguardando a avaliação de um cardiologista no HGR pra que possa ser liberada para cirurgia. A mulher tem pressão alta, e por isso precisa do aval do especialista antes de ser submetida a um procedimento. No entanto, segundo familiares, equipes do hospital informaram que o HGR está sem cardiologista. O mais grave é que, conforme a denúncia, não há sequer previsão para a chegada do profissional à unidade, o que deixa a paciente em uma espera indefinida, com dor e risco de que sua situação se agrave ainda mais.

Na espera 3

Imagine ter um amigo ou parente querido que procura a saúde pública na esperança de receber, no mínimo, a atenção adequada ao seu quadro clínico, mas, em vez de cuidado, encontra apenas demora e descaso. Esse é o caso de um idoso de 75 anos, portador de diabetes e problemas de circulação sanguínea, que está internado no Hospital das Clínicas. Ele deu entrada na unidade após desenvolver uma ferida no pé, que infeccionou. Com o tempo, e após ser examinado por diversos médicos sem receber o tratamento adequado, a lesão se agravou. Agora, enquanto aguarda a realização de exames, o idoso corre o risco de perder o pé. Por lá, a justificativa da unidade também é a falta de materiais para os procedimentos necessários e o que se ver, é a falta de ação resulta em uma forma cruel de abandono de uma pessoa vulnerável.

Duvidoso

E, ao contrário do que se diz  nas redes sociais do Governo de Roraima onde exaltam os números da realização de cirurgias cardíacas, a realidade na verdade é outra. Para muitos, o HGR por exemplo, virou sinônimo de espera infinita, falta de insumos e ausência de transparência. O uso do agronegócio como bandeira política não pode servir de cortina para a falta de ação na saúde. A fragilidade do sistema não é só técnica ou financeira: é ética. Falta prioridade verdadeira, gestão eficiente e compromisso com a sobrevivência dos pacientes. O que o roraimense pagador de impostos exige é simples: acesso efetivo a atendimento, materiais nos hospitais, presença de especialistas, informação clara sobre as filas e RESPEITO.

Da redação

 

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