O uso excessivo de jogos eletrônicos por crianças e adolescentes pode ter impactos psicológicos significativos (positivos e/ou negativos). Embora alguns jogos possam desenvolver habilidades como raciocínio lógico e coordenação motora, o excesso pode levar a problemas como ansiedade, depressão, dificuldades de atenção, irritabilidade e problemas de sono, ainda, jogos com conteúdo violentos podem aumentar a agressividade e diminuir a empatia. Estudos realizados informam que diversas doenças psiquiátricas podem ter uma relação de causa e efeito com a dependência de jogos digitais, sendo as mais comuns a depressão, ansiedade social e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.
De acordo com estes estudos a utilização de forma excessiva e descompensada, onde as crianças e adolescentes passam muitas horas jogando, leva ao afastamento da família e de amigos, agravando o isolamento social do usuário, o que aumenta os riscos de doenças psiquiátricas. Os estudos indicam que o uso precoce dessas ferramentas digitais, como os jogos inadequados para a idade do usuário, gera questionamentos quanto ao desenvolvimento afetivo, cognitivo e social da criança e do adolescente e, se observa que em inúmeros casos acabam substituindo as relações reais pelas virtuais. O psicológico de uma criança e de um adolescente ainda está em desenvolvimento, por isso pode ser ameaçado com o uso descontrolado dos jogos digitais, fazendo com que desenvolvam comportamentos antissociais e apresentarem estado emocional instável, levando até mesmo a comportamentos agressivos.
Expressão
Ainda de acordo com os estudos realizados sobre essa temática, pode-se verificar que por meio das imagens fictícias e reais, a criança e o adolescente “elabora suas perdas, materializa seus desejos, compartilha a vida animal, muda de tamanho, liberta-se da gravidade, fica invisível e, assim, comanda o universo por meio de sua onipotência. Dessa forma, realiza todos os seus desejos e as suas necessidades” (Pacheco, 1998).
As crianças e os adolescentes por ainda não ter uma formação psicológica consolidada, acabam se tornando presas fáceis de grandes empresas que investem em marketing pesado, para que comprem versões diferenciadas dos jogos considerados violentos, o que acaba tornando-os consumidores em potencial das imagens de violência e, dessa forma, são constantemente seduzidos por esses jogos violentos. O acesso e participação nesses jogos se constituem em senhas de reconhecimento dos grupos aos quais eles fazem parte e é aí que reside o perigo, pois alguns acabam misturando a ficção dos jogos com a realidade, posto que, já estão acometidos por alguma dessas doenças psiquiátricas, levando-os até mesmo a cometer atos violentos, como assassinar familiares e amigos, conforme temos visto nos noticiários jornalísticos.
Efeitos negativos
Os efeitos negativos mais significativos são a dependência e vício, onde as crianças e adolescentes priorizam o jogo em detrimento de outras atividades importantes, como estudo e socialização com outros colegas de suas idades; problemas de saúde mental, já que o excesso de jogos pela internet podem causar ansiedade, depressão, estresse, irritabilidade e problemas de sono; exposição a conteúdos inadequados de toda natureza como pornografias, violências explícitas, linguagem imprópria dentre outros; problemas de atenção e concentração, especialmente na escola, reduzindo o rendimento escolar; isolamento e dificuldade de interação social no mundo real; problemas de comportamento, já que estudos demonstram que jogos violentos podem aumentar a agressividade e diminuir a empatia, além de levar a comportamentos impulsivos e dificuldade em controlar as emoções.
As recomendações aos pais e/ou responsáveis por crianças e adolescentes é que “imponham” limites de tempo e proibição de acesso a jogos com conteúdo violentos, inclusive, existem mecanismos tecnológicos de bloqueio a sites e jogos, assim como, supervisionar de forma assídua o uso desses jogos eletrônicos; manter o equilíbrio entre o tempo gasto em jogos e outras atividades importantes, como estudar, praticar esportes coletivos e socialização com amigos.
Por fim, que pais ou responsáveis fiquem atentos a sinais de dependência, como irritabilidade sem motivo aparente, problemas de sono, dificuldades de concentração e isolamento social. Se tais sintomas forem detectados, buscar ajuda profissional da Psicologia imediatamente.

Hismayla Pinheiro é psicóloga clínica e especialista em avaliação psicológica com mais de 7 anos de experiência em consultório. Por aqui ela traz orientações valiosas nesse divã virtual de como manter sua saúde mental. Agende sua consulta: (95) 99144-1131

